BENJAMIM LUNARDI (BEJO)
Colaboração João Jayme Araújo
Filho de Pedro Lunardi e Maria Brandaleiro Lunardi, nasceu na cidade de Santa Rosa/RS, em 08/06/1931. Na infância adorava brincadeiras com bicicleta, carrinho de rolimã, bolinha de gude, bodoque, entre outras. Em 1951, então com 19 anos, somado a um grupo de jovens da época, fundou o Juventus AC.Até os 24 anos, residiu em Tuparendi/RS. Foi a Santo Ângelo, onde estudava em regime de internato e jogava na categoria juvenil do Elite e foi jogador do Tuiuti, time do ginásio. Depois do ginásio serviu o exercito, onde permaneci por um ano e 4 meses.
PLÍNIO AUGUSTO TONEL
Conhecido no futebol como Plínio Tonel, nasceu em Santo Augusto (20/02/1940). Neto de Pompílio e Josefina Silva, fundadores da cidade.
Com dois anos, foi morar na Estação Esquina (Bairro Cruzeiro) em Santa Rosa, onde passou a infância. Aos 8 anos, foi seminarista redentorista, por 2 anos. Voltou para Santa Rosa, onde concluiu o primário, cursou o ginásio e o técnico em contabilidade, no Liminha(Colégio Santa Rosa de Lima). Nesse período, foi coroinha do Padre Luís Kreutz, em Cruzeiro. Nas horas vagas batia bola com a gurizada da vizinhança. Curtia as férias de inverno, com os primos, na fazenda da avó, em Santo Augusto. O tio, que gostava do futebol, construiu duas goleiras de taquara e nós passávamos o dia com a bola.
Na juventude, morava em Cruzeiro, mas a vida social era Santa Rosa, em bailes nos clubes Concórdia e Cultural . Recorda: “Na época se fazia reunião dançante depois da missa da manhã até o meio-dia.”Quando juvenil jogou no Cariris FC (dos Maristas). Depois como aspirante no Juventus AC e logo titular, até o licenciamento. Jogou no Paladino e no Aliança. Depois, colaborou na fundação do Juventude do Bairro Cruzeiro, onde foi atleta e técnico. Em 1963, casado, abandonou o futebol e foi residir em Cerro Largo. Atendendo pedido de amigos, em 1968, fundou naquela cidade uma escolinha gratuita. Atendia somente filhos dos amigos. O nome? Juventus AC. Conta: “Fiz uma viagem especialmente a Bento Gonçalves para confeccionar o fardamento. O time terminou quando os atletas saíram para estudos em outras cidades.”
Hoje, Plínio não tem mais ligação com o futebol. Nunca foi dirigente. Desde 1963, reside em Cerro Largo, onde com o filho Guilherme trabalham com escritório de contabilidade.Casado com Berenice Schneider e desta união nasceram Daniela(45) e Guilherme(43). Casou novamente em 1993 com Annelizze Kitzmann, onde nasceu Henrique(4).
O estudo na vida de Plínio teve uma grande importância. Em 1973, formou-se em Administração; em 1978 em Contabilidade e em 1989 em Direito. Trabalhava o dia todo e à tardinha tomava o transporte em direção à Santo Ângelo. Eram 130 quilômetros de chão batido, ressalta. “Diploma não encurta orelha”, diz Plínio, e ainda diz: ”Para mim foi uma grande conquista, pelo sacrifício e pela força e vontade em buscar do saber”.Parado definitivamente com o futebol, tornou-se pescador no rio Paraná(Argentina), por 40 anos. “Recorda:” Fiz a ultima pescaria em 2004 e tenho histórias memoráveis para contar, mas, fica para outra oportunidade”.
Darci Zoehler, que na foto acima é o primeiro jogador, em pé, da esquerda para a direita, ficou conhecido no futebol como Nique
Nasceu em 20.09.1935 em Santo Cristo, filho de Vicente Zoehler e Maria Zoehler.Da infância e na juventude, guarda belas lembranças de Santa Rosa como os Banhos no Poço da Árvore, as Pescarias na Cascata do Rio Santo Cristo as Caçada de pombas nas terras do Seu Ruzzarim e do Colégio Santa Rosa de Lima onde estudou.
Como atleta, iniciou sua carreira esportiva no time de aspirantes do Paladino. Após desentendimento com a direção do Paladino, ajudamos a fundar o Juventus. Regressamos, posteriormente ao Paladino e Encerramos no Aliança. Mesmo ajudando na fundação do Juventus nuca foi dirigente.Na vida profissional, sou concursado no Banco do Brasil S.A., onde me aposentei com pouco mais de 30 anos de serviço, exercendo o cargo de Inspetor. Após passamos a advogar para o próprio Banco.
Minha atual ligação no futebol é somente como torcedor do Internacional.Casado com Laci Zanella Zoehler há 55 anos. Do casamento nasceram três filhas: Beatriz (Tise), Ana Cristina e Sonia Regina (Dinda) . Seis netos e dois bisnetos. Aposentado, como servidor do Banco do Brasil, reside em Porto Alegre.
Um fato pitoresco na vida de jogador: Nique tinha um irmão, o Décio, que também jogava. Quando FRANCISCO JOSÉ BERTA os contratou, para o Aliança, acordaram que, a título de luvas, receberiam uma geladeira, cada um.“Passaram a ser chamados, pejorativamente, por ‘GELADEIRA,” pelos que não simpatizavam com esse clube.
Foi o início da grande arrancada do clube, cujo cinquentenário do titulo estadual, comemorou-se, no ENCONTRO ANUAL DOS SANTAROSENSES em Porto Alegre, comandado por CARLOS BERTA e seus “companheiros de mesa”, em outubro de 2009.Um outro fato que liga Nique ao futebol: como se sabe, o Juventus tem estreita ligação com o Colégio Santa Rosa de Lima. Quando se implementou o curso ginasial era grande, a quantidade de alunos que conseguiu aprender algo mais, sem sair da cidade. Muitos, metidos a craque. E pra variar dois times se formaram. Os melhores envergavam uma jaqueta preta e branca. Os do 2º time, alvi-verde. Dois irmãos, Decio e Nique, um do primeiro e outro do segundo time – depois de uma flauta amiga e de choro de um - engalfinharam-se a socos, no meio de uma partida, na Agrícola. Era um campo afastado da cidade, mas, mesmo assim se ia a pé. A Agrícola que fora uma Colônia Penal, abrigou astros da 5ª Coluna, como se chamavam os descendentes de alemães e italianos durante a II Guerra Mundial. Por pouco, o vetusto presídio não teve como hospedes os irmãos brigões.Os dois irmãos por muito tempo jogaram em times rivais, Paladino e Juventus. Atuaram, depois, no Paladino, a pedido do pai deles, Vicente Zoehler, que era proprietário do jornal A SERRA.
Outra: Quando jogávamos contra o primeiro time no Ginásio (Elias, Décio,) etc e perdíamos, o Nique abria aquela choradeira.Nesta oportunidade estamos homenageando Willy Gonçalves Dias, que contribuiu muito com o Juventus.
Para relembrar a volta ao futebol profissional, em 1997, juntamente com o Jacob Luciano Gauer e o Luiz Fernando Rabuske, nos dirigimos até a residência do “Seu” Willy Gonçalves Dias. Foi um momento marcante e deveras emocionante. Willy, hoje com 77 anos, tem sua marca no nosso futebol.
Aposentado, residente no Bairro Cruzeiro, casado, pai e avô, nasceu em Panambi, residiu e Cruz Alta, e fixou residência em Santa Rosa, onde constituiu família. Foi atleta exemplar. Muito disciplinado. De um futebol técnico e refinado. Em 1957, transferiu-se de Cruz Alta para Santa Rosa, e por 5 meses atuou pelo EC Aliança. Atendendo aos apelos insistentes do presidente Elíbio Fredrich, foi para o Juventus. Jogou também no Juventude FC do Bairro Cruzeiro, na época com um respeitado plantel de atletas, quando disputava em igualdade com os adversários da cidade. Como dirigente, foi presidente do Dínamo FC em 1989; presidente do Juventus, na retomada em 1997 e repetiu a gestão em 1999.
Ao nosso querido Willy , pelo seu trabalho, somada as amizades que fez na trajetória de esportista, deixou sua marca na história do futebol, de Santa Rosa. Por isso, o reconhecimento da comunidade santa-rosense.Emocionante. Assim podemos definir o nosso encontro com Miguel Pinto. Por que não dizer um momento histórico, porque este homem fez história no futebol de Santa Rosa. Ele é nada mais nada menos que um dos primeiros atletas e dirigentes do nosso querido Juventus Atlético Clube.
Era o inicio da década de 50, quando ele, juntamente com outros jovens atletas com um grande um ideal desportivo, por amor a camisa, defendiam as cores rubro-verde daquela agremiação recém criada.
Miguel Pinto, nascido em Santiago em 1929, e que com seu pai, aposentado como servidor público estadual, veio para Santa Rosa aos 15 anos, por aqui fincou pé, e constituiu família. Hoje, com 81 anos, aposentado, pois, como seu pai, foi servidor público estadual, onde exercia galhardamente suas funções, viajando pela região, por 35 anos, na Coordenadoria Regional de Educação. Hoje, embora aposentado, ainda se mantém na ativa.Seu nome: Miguel Elso Cardoso, mas ficou conhecido como Miguel Pinto, por este ser, segundo ele, o sobrenome de sua mãe.
Foi um atleta exemplar. Diz ele: “Eu era baixinho, de pouca estatura, 1,56m, mas tinha uma boa impulsão, eu saltava bem, e por sinal, apesar disso, fui um bom lateral esquerdo”.Relata também que: “quando cheguei em Santa Rosa, onde hoje está situado o Colégio da Paz, ali havia um campo de futebol, um pouco de grama outro pouco de chão vermelho e ali nós treinávamos”.
Além dos jogos disputados na Baixada do Pessegueiro, com os times locais, Paladino e Aliança, muitas outras cidades da região e da Argentina, havia embates esportivos. “Com Três de Maio, no Oriental, era fogo jogar”, disse ele. No país vizinho, lembra de vários jogos em San Javier, Alba Posse e Oberá, onde se sai de Santa Rosa no sábado. Saiamos de ônibus que os deixava na barca. Atravessava o Rio Uruguai, e lá estava um ônibus de lá esperando, para nos levar até a cidade e o local do jogo. Nesta ultima cidade portenha, não tem boas lembranças. Foi lá que sofreu uma lesão. Uma forte pancada vinda do adversário, atingiu a perna direita de Miguel. Após tratamento e alguns treinos tentou retornar, mas não deu. Teve que se afastar em definitivo dos campos de futebol, como jogador.“Nós jogávamos por amor a camiseta, não se ganhava nada.”, disse Miguel. E, mais: “havia muita mocidade nos campos e uma torcida feminina organizada, que dava um brilho especial ao jogo. Fazíamos reuniões no Café Central, na Avenida Rio Branco, onde discutíamos e planejávamos todas as atividades do Juventus. A gente fazia de tudo. Além de jogador, se ajudavam, diretoria e atletas, para que as coisas no Juventus acontecessem. Reuniões eram feitas também no Salão da Igreja Católica.”
Perguntado, se vai ao Carlos Denardin, assistir jogos do Juventus. Disse-nos que às vezes. “Eu moro no Bairro Timbaúva, tenho dificuldade devido ao transporte. Então se torna difícil para mim”, falou. Miguel nos deu um exemplo de persistência e vontade de viver a vida. Lembrando: só jogou no Juventus.E, assim concluímos nossa matéria, com Miguel Pinto, mais um personagem histórico do nosso futebol.
Por volta dos anos de 1955 (15 para 16 anos) estava na reserva. O goleiro titular do Elite de Sto. Ângelo, Sueda era trazido de táxi todos os os domingos. O Juventus, jogaria com o Inter de Santa Maria, campeão estadual de profissionais da 2ª. Divisão. O Sueda não veio e eu fui chamado. Perdemos o jogo por um a zero, gol contra no fim do jogo e, tive uma atuação surpreendente para muitos e me efetivaram como titular permanecendo, assim, por dois anos.Em 1958, prestei vestibular para a Escola de Educação Física em Porto Alegre e vim cursar a Faculdade.
Nestes três anos (58 á 60) continuei jogando no time da Faculdade, participando de jogos entre faculdades que existiam na época.
Fiz parte das seleções universitárias, sempre com destaque (foto da reportagem do Jorge Tomaz abaixo). Universitário em Coritiba 1958, Belo Horizonte em 1959 (entorse no tornozelo na véspera do embarque não participei), Jogos Universitários em Niterói (RJ) em 1960.Fui convidado para testes no Fluminense e Botafogo de Newton Santos, Didi, Garrincha, Zagalo, Quartentinha etc. Não aceitei para desfrutar de 15 dias de passeios pelo Rio de Janeiro.
Destas seleções universitárias,faziam partes jogadores de renome da dupla GRENAL, como Larry e Cestari do Inter, Milton, Gessy, Wolney do Grêmio.Em 1960, o Cruzeiro de Porto Alegre, excursionou à Europa e, estive em teste, tendo figurado na listagem dos que viajariam, entretanto, para não perder um ano de Faculdade (falta de freqüência), resolvi não participar.
No retorno dos Jogos Universitários de Niterói, fui convidado para testes no Internacional, mas o Taquarense me contratou onde me profissionalizei.Neste ano 1960, conclui minha faculdade e voltei para Santa Rosa, com professor de Educação Física. Lecionei no Liminha, Cairú, Dom Bosco e Machado de Assis
Fui treinador e campeão com o Paladino, Aliança. Treinei o Sepé Tiarajú e Juventude de Cruzeiro. No Juventude trabalhei com Ivar e Ivanir Tafarel, respectivamente, pai e tio do goleiro da seleção, Plinio e Jarbas Tonel.(*)Como professor do Dom Bosco, juntamente com a direção do colégio e com a determinação do Dr. Adil Antonio Albrecht (presidente), fizemos renascer o Juventus, com brilhantismo de jovens atletas entre 15 e 18 anos.
Nos anos de 1974 e 1975 surgiu no estado uma idéia de se criarem Associações de Futebol, para representarem as cidades respectivas. Até em Caxias Juventude e Caxias se uniram para fundar a SER Caxias. Em Santa Rosa, também a criação da Associação Santa-rosense de Futebol - ASRE - determinou a extinção dos clubes.
Primeiro treinador até junho de 1975, quando fui convidado a vir para o Departamento de Educação Física e Desportos da Secretaria de Educação e Cultura.
Ainda em 1975 passei a atuar na área de Esporte da TV Educativa (TVE), onde fui narrador, comentarista ate minha aposentadoria. Durante este tempo fiz várias cursos de especialização na área, uma pós-graduação e curso de técnica de futebol.
Depois de aposentar-me, fui trabalhar como preparador de goleiros das Divisões de Base do Grêmio, tendo orientado Murilo, Emerson e Danrlei. Com eles subi para os profissionais, mas, por questões de política de clube, não permaneci por muito tempo.
Voltei para a área de jornalismo e juntamente com um amigo, criamos um programa voltado para a área da saúde na Rádio e TV Bandeirantes onde permaneço até hoje. O programa de rádio é aos sábados, das 09:30 as 10:30 e o de domingo da TV é das 07:30 às 08:00.
Em tempo: na TVE fui apresentador de um programa gauchesco - Invernada Gaúcha.
Esta minha veia gaúcha me oportunizou ingressar na Estância da Poesia Crioula, Academia Xucra do Rio Grande, entidade que congrega, poetas e escritores nesta temática.Publiquei um livro de poesias, Deus no Pago e dois CDs. Reponte de Poesias Natalinas com Chico Gauderio e Avivando um guarda-fogo.
(*) Sobre o Jarbas uma passagem marcante. Era seu desejo faz teste no Internacional e conseguimos que o fizesse. Estava se saindo muito bem, mas, se achava boicotado por jogadores de renome. Desgosto voltou para o Juventude e conseguimos trazê-lo para o Cruzeiro de POA. Profissionalizado participou do primeiro Inter x Cruz, e, o Cruzeiro venceu o clássico da época por dois a zero, dois gols do Jarbas. Depois jogou no América do Rio e em Recife
JOÃO JAYME ARAUJO
Foto: João Jayme Araújo e esposa Claudete em Nova York.
Nossa família, a ARAUJO, não tinha antecedentes aficionados pelo futebol.Havia um vizinho nosso EUCLIDES ZANELLA, que, certo dia, convidou-me a ir, com ele, até à Estação Ferroviária para ouvirmos um Gre-Nal, pois as comunicações eram, então, precárias.
Do resultado do jogo não lembro. Recordo, apenas que ali, tornei-me gremista, como meu amigo e comecei a gostar do esporte.Ganhara uma bola, quando mais jovem, mas, sinceramente, não levava jeito.
Praticando, fui crescendo e, minha estréia no futebol, foi graças a um tio meu WALDEMAR ZENNI - que sendo presidente do Paladino, convenceu alguém, da direção-técnica a escalar-me, na ponta esquerda dos mirins embora eu fosse destro. Com muito engenho e arte, passei para o segundo time.Algum tempo nos reservas - outros e eu nos julgávamos injustiçados e daí, para atender um convite a fim de jogar no JUVENTUS, foi um pulo.Passei e integrar o novo clube, na posição de ponte direita. Com o passar dos tempos fui guindado à posição de centro avante.
Jamais fui ou me considerei um grande jogador. Mas, sabia como poucos, fazer gols.Passei 17 anos prestando serviço militar, no Exército, onde pratiquei várias modalidades de esporte, os quais, com o passar do tempo foram deixando-me na orfandade. Abandonaram-me!Em 1965 durante um curso no CPOR PA, graças a um treinamento em que vencemos por 7 X 1 e fiz os sete gols, passaram a chamar-me Larry, em alusão ao goleador do Internacional.
Recebi um convite pra treinar no Cruzeiro. Quando lá fui era dia de apronto como se chamava os ensaios da sexta feira.O ataque era formado por Tesourinha II, Rudimar, Nardo, Mujica e Joelcy. Penso que não haveria lugar pra mim!
Servindo em Porto Alegre, formei-me, em direito, na UFRGS no ano de 1965.Graças aos estudos ingressei no Ministério Público Militar, nas funções de promotor, tendo me aposentado, em 1995, nessa instituição no cargo de Sub-procurador Geral da Justiça Militar Federal.João Jayme Araújo, foi fundador, dirigente e atleta do Juventus. Tivemos o privilégio de conhecê-lo, em agosto, por essas coisas que a internet nos proporciona, quando estávamos formatando a idéia de fazer esta pagina do jornal sobre a comemoração dos 60 anos do Juventus. Não nos conhecemos pessoalmente, mas nos tornamos amigos virtuais. Jayme nos fartou de material, fotos, matérias e contatos, dando-nos condições de fazer um grande trabalho.
Um grande abraço, e muito obrigado pela força que está nos dando no resgate da história do Juventus. O Jayme foi uma pessoa muito importante neste momento, para que o trabalho fosse executado com muito sucesso.
Os Fredrich
Vindos de Ibirubá, os Fredrich radicaram-se em Santa Rosa, no ramo de comércio e transportes.
A história dos Fredrich se confunde com a história do Juventus. Além do patriarca Elíbio (foto à esquerda), quepresidiu de 1954 a 1958, seu filho mais novo, Arno, também foi presidente do clube, nas gestões de 1972 a 1973. O outro filho, Airton, no qual, nos deu o prazer de contarmos com seus relatos para esta matéria, é um torcedor juventino desde pequenino, e até hoje não perde jogos no Estádio Carlos Denardin. Airton tem muito orgulho do passado do seu clube. Guarda nos seus armários materiais esportivos da época, como flâmulas dos clubes com quem o Juventus jogou, inclusive da Argentina. Aliás, o clube santa-rosense mantinha uma política de boa vizinhança com os hermanos, e frequentemente disputava jogos naquele país, com memoráveis jornadas, nas gestões dos Fredrich.
“E era novo, mas guardo na lembrança as dificuldades de transpor o rio Uruguai. Porto Mauá não tinha passagem de rio. Então, deslocava-se de ônibus até a margem em Porto Xavier, e de barca se fazia atravessia para jogar em Alba Posse, Missiones, Argentina”. Airton lembra do episódio em que o ônibus afundou com a barca. Precisou do guincho do Exército de Santa Rosa para retirá-lo do rio. O ônibus, um F600, ano 1956, da Empresa Porto Lucena, ficou muito avariado. Então, como o pai era diretor proprietário de uma agencia de veículos, ajudou nos custos da reforma o ônibus. Os mecânicos abriram o motor, a caixa, o diferencial. As laterais que eram de eucatex tiveram que ser substituídas, assim como o foro dos bancos.
Ainda relata: “Para jogar na Argentina, viajavam nas primeiras horas do sábado, pernoitavam por lá, jogavam no domingo pela manhã, para poder retornar no domingo a tarde, pois, segunda feira era trabalho.”
E, continua: “Como diretor da empresa (mesmo com a discordância do sócio), seu Elíbio contratava funcionários que, além das atividades, jogasse bem o futebol e serem, então, atletas de seu clube – o Juventus. Ao final do expediente do dia, trinava seu apito, e este era o sinal para reunião do grupo, e então, os súditos se dirigiam até um veículo que superlotado, eram deslocados para o treino diário, na Baixada do Pessegueiro.”
Airton lamenta a perda de uma bandeira, que a considerava histórica, por ser da época do pai, quando presidia o clube. Tinha afeto a ela, e que até pouco tempo era hasteada no alambrado do estádio em dia de jogos, e que não a viu mais e nem soube de seu paradeiro. Mostrou-nos, também, um livro do controle das contas – receitas e despesas – e relação de sócios, da década de 50. Como bom administrador que era seu Elíbio, anotava até os centavos e tinha o controle das finanças do clube.
Com a presidência de Elibio Fredrich de 1954 a 1958, o Juventus se profissionalizou. Os objetivos daquela gestão eram de que fosse um clube respeitado na região. Disputava clássicos citadinos como com o Aliança e o Paladino, o Sepé Tiarajú e o Juventude de Cruzeiro, e clássicos regionais como Oriental de Três de Maio, Riograndense de São José do Inhacorá, Botafogo de Santo Cristo, Aimoré de Giruá e Gaúcho de Tucunduva.
Possuía um quadro social não numeroso, mas forte, que mensalmente colaboravam, deixando sua cota ao clube. Com isso, conseguia subsidiar despesas de viagem para visitantes jogarem em Santa Rosa, como hospedagem e alimentação a jogadores de outras cidades que vinham para os jogos de fim de semana, material esportivo para os atletas, médico e farmácia, quando necessário, além de ajuda financeira aos atletas. Estes dados, foram recuperados de um livro do presidente da época, com anotações e controle das finanças guardado pela família. (Foto abaixo página de livro caixa controlado por Elíbio no ano de 1954)
Lembra da Baixada do Pessegueiro. O isolamento do campo com a torcida era campo não era um para-peito. Nos dias de clássico as bandeiras dos clubes eram hasteadas no pórtico de entrada. Ao descer pela via que dava acesso ao estádio viam-se as bandeiras dos clubes tremulando nos astros do pórtico de entrada.
Conta que quando chovia alagava, pois o campo ficava na margem do rio. Chovia no sábado, já havia impedimento para os jogos do domingo. Além da invasão do rio, descia água das ruas da cidade, acima do campo que se somavam a água do Pessegueiro e formavam um enorme alagamento.
Nos clássicos havia muita rivalidade, principalmente com o Paladino. Lembra também que ficou difícil para os clubes manterem seus jogadores, quando o mercado de jogadores inflacionou. Muitos atletas vinham de outras regiões. Os clubes pagavam salários e prêmios e vieram os encargos sociais. Então, começaram as dificuldades de gerenciamento. O que os obrigou a fecharem as portas para o futebol.
Como empresário Elíbio passava muito tempo em São Paulo. Quando podia, ia ao estádio a fim de assistir jogos do campeonato paulista. Num dos retornos para a cidade, ao se ter a idéia de um novo estádio, colaborou muito com idéias, pois conhecia os estádios paulistas. Sugeriu que o terreno fosse aprofundado em mais dois metros ou então subir com mais alguns degraus para a arquibancada ter maior capacidade de público. Pensava ele, para o futuro de nosso futebol. Mas, o Prefeito José Alfredo Nedel não concordou, convicto do que estava sendo feito, erra o correto, pois para Santa Rosa, naquele momento, era o suficiente.
Quanto à gestão do irmão Arno (na foto acima Airton à esquerda, junto com o saudoso irmão Arno), lembra que ele era proprietário de uma Kombi e de um Opala. Com os dois veículos transportava os atletas para os jogos, inclusive para a Argentina. Arno tinha a parceria do Dr. Adil Albrecht, dentista, que colaborava financeiramente e do proprietário da Courolândia, que colaborava com o material esportivo. Nesse período em que Arno presidiu, o Juventus tinha uma forte integração com clubes argentinos, onde as visitas eram periódicas lá e cá, com jogos interessantes.
Estas são algumas das lembranças que ainda permanecem na mente do Airton, que viu o Juventus nascer, renascer e que hoje é o clube que representa nossa cidade no Estado do Rio Grande do Sul, através das competições oficiais que disputa.
Créditos das Fotos: Airton Fredrich
Hoje nossa homenagem é para um um atleta que atuou com a camisa do Juventus na década de 50:
Crédito: A.G. Rorato
Na conversa sobre futebol, que era o objetivo proposto da visita, Carlinhos, lembrou de belas passagens que teve como atleta do Juventus, quando ainda se jogava na Baixada do Pessegueiro e depois no campo do Quartel. “Ainda hoje, quando passo pela Avenida Borges de Medeiros, próximo ao Rio Pessegueiro, olha para o lado onde se localizava o campo, e bate uma saudade daquele tempo quando naquele local se disputava grandes jogos.”, disse. Existia a torcida feminina, que entrava em campo com os atletas. Encontravam-se no futebol do domingo a tarde. Hoje não acontece mais.
Existiam poucos times na época. Havia o Paladino, depois veio o Juventus, o Aliança, o Sepé Tiarajú. Eu lembro da camisa que se usava: era verde com a gola e o punho vermelho. Tenho algumas fotos daquela época.
Comentou também, que existia rivalidade com os clubes de Santa Rosa, mas a maior era com Três de Maio. Grandes embates com o Oriental, tanto aqui, como lá no campo deles. Pegava fogo. Eram verdadeiros clássicos. Existia uma rivalidade tremenda entre os dois. As duas cidades eram muito rivais e isso era levado para o campo de jogo, nos embates entre as duas agremiações e com grande torcida. Lembra de um jogador juventino, conhecido como Bergamota, que era lateral direito. Num jogo em Três de Maio, a torcida local pegou no pé do nosso atleta em função do seu apelido. Ele ficou uma fera. Tivemos que contornar o problema, mas tudo acabou bem.
Outra rivalidade regional, não tão importante como esta, mas também proporcionava grandes jogos, era com o Aurora de Cerro Largo.
Carlinhos guarda na memória boas lembranças daquela época, quando, com precisão, lembrava e narrava os fatos gentilmente. Carlinhos, como tantos outros deu sua contribuição para com a história do Juventus e do futebol de Santa Rosa.
Luiz Carlos Mello com a camisa de jogo do Juventus de 1956 e a de 2009, quando recebeu homenagem do Juventus por ocasião de um jogo em Giruá.
No início do ano de 1956, ao término de um jogo de futebol entre Grêmio Santoangelense x Elite Futebol Clube, clássico “Gre-Lite” em Santo Ângelo, minha terra natal, fui surpreendido com a presença de meu irmão Zelmar Mello que morava em Santa Rosa e de um Senhor chamado Arnaldo Oliveira Perez, que convidaram-me para ir jogar no time do Juventus naquela cidade.
Durante aquele ano, em 1956, deslocava-me para Santa Rosa aos Sábados, quando havia jogo e retornava na Segunda-Feira, de trem, para Santo Ângelo onde eu trabalhava.
Luiz Carlos Mello. o último em pé, à esquerda da foto, na equipe do Juventus
No ano de 1957, convidaram-me para ir “servir” em Santa Rosa, no 1º RCM e, assim poder treinar durante a semana com a equipe, coisa impossível, pois retornava as segundas feiras para Santo Ângelo sempre as 4:15 da madrugada.
Durante estes anos tive muitas satisfações, pois era elogiado no Jornal “A Serra” e nas Rádios, bem como, no Regimento em que estava servindo. Neste ano ganhamos as Olimpíadas Militares da Divisão de Cavalaria, ganhando 95% dos Troféus em todas as modalidades esportivas, principalmente na corrida de 800 metros e seleção de futebol onde ganhei medalha de ouro.Neste período fui convocado para a Seleção de Santa Rosa, onde fomos jogar entre outros locais, na Argentina e, também contra o Grêmio PortoAlegrense e Internacional.
Luiz Carlos Mello na seleção de Santa Rosa - Foto acima
Em Dezembro de 1957 fui dispensado do serviço militar, retornando a Santo Ângelo e, posteriormente, em Outubro de 1958 estabeleci-me em Giruá, sendo que atuei na equipe do Aymoré Futebol Clube, também de Giruá onde moro até hoje.
Fiquei muito lisonjeado, quando fui homenageado pela Direção do Juventus no Estádio do Aymoré de Giruá, quando de um jogo pelo Estadual de Juvenil, onde entregaram-me a atual camisa de jogo do Clube.
Gostaria de citar as pessoas que me incentivaram nestes anos que joguei pelo Juventus: Jaime Araujo meu instrutor no serviço militar; Arnaldo Oliveira Perez treinador do Juventus; Elibio Friederich Presidente do Juventus;meu irmão Zelmar Mello Tesoureiro do Juventus e naturalmente os demais colegas de clube.
O texto e as fotos acima, nos foram enviadas por Luiz Carlos Mello.
Hoje, contaremos a história de um atleta, descrita por ele mesmo e que defendeu as cores do Juventus entre 1971 e 1973.
MILTON HARVEY SCHWERZ
Filho de Arthur Silvino Schwerz e de Elly Schwerz, pioneiros no comércio de suínos em Giruá e Santa Rosa, desde o ano de 1939, cursei o primário no Colégio Santa Rosa de Lima, depois o ginásio do Colégio Salesiano Dom Bosco e o curso científico no Colégio Concórdia e, finalmente, o 3º na FEMA, em Ciências Contábeis e Administrativas.
Comecei jogando na SER Comercial de Cruzeiro(1962), passando pelo Juventude F.C.do B. Cruzeiro(163/64/65 na categoria juvenil, de1966 a 1970 na categoria titular, como ponteiro dir ou esq. e na meia-armação) e de 1971/73 no Juventus como meia-armador. Joguei em várias oportunidades na seleção santa-rosense contra Grêmio e Internacional, pelo EC.Aliança em vários amistosos, como aquele contra a Seleção Regional do Exército, onde Neri Grifu, Sony e outros jogavam, no campo do 1º RCM, onde o Aliança empatou em 2x2, com um gol meu.
Lá pelo mês de março de 1973, fundaram a ASRE, tendo o Paulo Zenni de Araujo como primeiro treinador, que já fora meu técnico no Juventus, esse convidou-me a fazer parte do elenco. Foram 2 meses de treinamentos. O primeiro amistoso foi ante o EC.Aymoré de Giruá, vencemos de 1x0 com o gol consignado por mim, num arremesso de fora d'área, no estádio Carlos Denardin.
O segundo amistoso, ocorreu dia 20.05.73, ante o E.C.São Luiz de Ijuí, onde jogava o famoso atacante regional, o Maurinho que, posteriormente, participou do elenco da SER.Caxias e do Juventus paulista, da MOOCA. Vencemos de 1x0, gol do Neri Grifu, na 2ª etapa. Comecei atuando como ponta direita armador. No intervalo, saí de campo para a entrada de Neri, já que esse atuava somente na parte ofensiva. Tenho fotografia da saudosa primeira equipe da ASRE. Joguei somente alguns meses, como atleta amador inscrito na FGF, pois havia logrado êxito no concurso da Caixa Eco.Federal e não quis assinar como profissional, temendo alguma dificuldade para assumir naquela instituição.
Fato muito interessante ocorreu no início de 1971, quando o Juventude FC do B.Cruzeiro encerrou suas atividades. Havia assinado com o Paladino FC, a pedido do popular treinador Caieira, mas meu primo Carlinhos Haas, mais conhecido como Alemão Haas, foi lá em Cruzeiro, dissuadir-me de jogar no Paladino, pois dizia que eu fora aluno do Colégio Dom Bosco e, como a base do Juventus era de alunos desse educandário, insistiu tanto que tive que me dirigir ao treinador Caieira e ao presidente Paulo Madeira e eles me liberaram. Nunca joguei uma partida sequer pelo Paladino FC., mas pelo Aliança foram vários amistosos, já que Aliança e Juventude tinham ótimo relacionamento entre os mandatários....jogadores como Jarbas Tonel, Plínio Tonel, Ivanir Taffarel, Leomar Taffarel, Ademar Taffarel, Neri Grifu, jogaram pelo Aliança e Juventude de Cruzeiro.
Voltando ao Juventus, lembro com enorme carinho as andanças do Juventus pela Argentina, guiados pelo saudoso Arno Friedrich e Adil Albrecht, em vários amistosos, como aquele em Monte Carlo, quando batemos ao Huracán local de 2x1, com a bola lançada por mim nos nossos 2 tentos.
Partidas contra os Ex-Alunos de Oberá, contra o Atlético de Oberá, contra a equipe da Rádio Oberá, quando a vencemos de 3x0, com gols do Bino, Mílton e o outro não estou lembrado.
Possuo uma fotografia de um jogo pela final do Torneio da Amizade Santa Rosa/Oberá, de 1971, quando perdemos de 5x1 do Ex-Alunos de Oberá, no território argentino; o gramado era péssimo, num lugar ermo, retirado da cidade e o elenco era muito jovem, inexperiente. Em Santa Rosa, havíamos vencido o Atlético Oberá por 2x0 e nos classificado à final em Oberá. Nos 2 anos seguintes, vários atletas que fizeram parte do elenco juventino, tornando-o mais competitivo. Vilmar (Paladino) Osmar, De Conti, Geraldo e Manuel (Aliança) Soni Z. (Juventude de Cruzeiro) e Knebel do Ypiranga da Vila (hoje Bairro) Sulina.
Por Mílton Harvey Schwerz
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