Jornal A SERRA (ano 1953)
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Reiniciado o campeonato da cidade
O
JUVENTUS CONTINUA NA LIDERANÇA
Derrotado o
ORIENTAL por 2 a 1. - Boa assistência ao prélio. – Regular a
arbitragem do Tte. Troeto Scherer
Reiniciando o campeonato da cidade, do ano
de 1953, jogaram no domingo último, no Estádio Municipal, as representações do
Oriental e do Juventus. Conforme se previra, foi bastante boa a apresentação
dos dois times que, no entanto, poderia ser bem melhor, não fosse o estado
lamacento que apresentava o gramado da baixada. Contudo, tanto
Oriental
como o Juventus, procuraram jogar o que sabem e o que podem.
O jogo foi iniciado com os contendores se
estudando mutuamente, à procura das brechas, para as explorarem e colher frutos
no marcador. A vanguarda Juventina atirava freqüentemente, porém, o jovem
arqueiro de Três de Maio, teve oportunidade de brilhar por diversas vezes. Aos
25 minutos do jogo o placard foi inaugurado. Jaime, lutou com Willy, e cedeu o
couro a José. O extrema direita atirou com violência, a pelota passou pela
frente do arco e Telmo surgiu para arrematar com extrema clama. Estava aberto o
marcador.
O Oriental, desde este momento, procurava
empatar a contenda ao passo que o Juventus se esforçava para conseguir novo tento, mas os minutos iniciais se escoaram acusando o
marcador – JUVENTUS 1 – ORIENTAL 0.
Após o descanço regulamentar, voltaram ao
campo as duas equipes. Nos primeiros momentos, o Oriental jogando no campo
sêco, levou pânico por diversas vezes ao ultimo reduto do Juventus. Aos 15
minutos, Rui aparando uma bola que viajava pelo alto, empatou o prélio.
Foi justamente neste momento que o prélio
assumiu contornos sensacionais. Houve uma luta dramática entre a vanguarda dos
visitantes e a retaguarda dos locais. A todo momento, o Oriental pintava o
tento da vitória, mas lá apor volta dos 30 minutos o Juventus foi se firmando
novamente para jogar de igual para igual com o contendor.
Observou-se então cargas revezadas de
ambos os lados, pois tanto Oriental como Juventus, desejavam abandonar o
gramado com as honras de vencedor. Os visitantes levaram tramas mais perigosas,
pois a pelota em gramado sêco, podia ser melhor controlada. A vanguarda do
Juventus, porem, jogava a base do individualismo, pois o gramado lamacento não
permitia que as tramas fossem perfeitamente efetuadas.
Aos 35 minutos, Décio, ao tentar entrar na
pequena área, foi derrubado. O arbitro acertadamente marcou tiro livre. Foi
formada a barreira do Oriental. Jaime destacado para bater a falta o fez com
extrema felicidade, pois o couro bateu na trave para tomar o endereço certo: as
rêdes.
Com as equipes dando tudo para
conseguir mais um tento, os minutos
foram se escoando e o juiz deu por terminado o jogo, com a vitoria do Juventus
por 2 a 1, que assim se firmou na liderança do campeonato. A equipe vencedora,
formou com a seguinte constituição: Paulo, Adão e Adroaldo - Hector, Careca e Carlinhos – José, Décio,
Luiz, Jaime e Telmo. Na arbitragem esteve o Tte. Troeto Scherer, que teve
regular atuação.
Preliminar
A
preliminar, jogada entre os aspirantes, foi vencida pelos rapazes do Oriental,
que depois de estarem perdendo de 2 tentos a 0, reagiram, vencendo o prélio por
4 a 3.(Nota: a matéria foi reproduzida conforme escrita na época de sua edição pelo jornal A Serra).
Comentário de João Jayme Araujo
O
Oriental Futebol Clube de Três de Maio foi fundado em 1925 no mesmo ano do surgimento do Uruguay F.B.C.
Equipe do Oriental - 1969 (crédito blog do Oriental)
Não
podemos nos esquecer que Três de Maio
foi distrito de Santa Rosa quando também o eram as atuais cidades de Porto
Lucena, Alecrim, Santo Cristo, Candido Godoy, Horizontina, Tuparendi, Porto
Mauá, Cinquentenário e outros.
Segundo
relatos de Waldemar Zenni, eram celebres os jogos entre os dois times.
O
campo de terra se situava onde hoje está o Cemitério Municipal.
Conta
que tal como hoje e com mais paixão, era
ferrenha a rivalidade entre eles.
Houve
brigas homéricas quando, inclusive mulheres, brigavam com as visitantes usando
como arma sombrinhas e guarda-chuvas.
Historia,
historia, historias...
A
rivalidade futebolística perdurou pelos anos a fio e era comum que as pugnas
terminassem em conflitos tanto lá, como aqui.
A
propósito da partida em referencia apenas relembramos que a Baixada tinha ao
Oeste o rio Pessegueirinho e a Leste o Pessegueiro, que logo depois do campo se
uniam, formando um novo rio.
Na
parte do campo que entesta com o Pessegueirinho, por haver um declive, a água
empossava mais, por isso o terreno se apresentava úmido e, às vezes, alagado.
O
Oriental sempre teve times fortes e consta, quando de partidas amistosas, mas
importantes, não raro se fazia "enxertar," por atletas de outras
plagas, como Santo Ângelo e Três Passos.
Dos
jogadores da equipe que me vêm a mente destacavam-se:
Dari
Simm, ainda jovem mas das maiores promessas
na posição de goleiro, de toda a região;
Picolé,
zagueiro rude, com poucos recursos que dava bico para todo o lado;
Itamar,
vindo de Santo Ângelo, centro médio, técnico;
Nuto
Nagel, outro que se iniciava e no qual se poderia apostar algumas fichas;
Cassol,
meia-direita, arisco e brigador que numa partida, mesmo sendo adversário, nos
brindou com um dos mais belos lances que a Baixada assistiu. Aparou uma bola de
sem-pulo a la Bebeto, marcando um
gol, inesquecível;
Carlitos
meio gordinho; usava o corpo como
ninguém, técnico, calmo e ótimo jogador.
Desses,
Nuto e Itamar chegaram a se acertar com o Presidente Severino Grechi para
jogarem pelo Juventus.
Os
componentes da equipe do Juventus formavam um dos melhores conjuntos que representaram suas cores.
A
propósito, arrisco-me a escalar a melhor formação do Juventus: Flavio, Julio Silva e Benjamin. Nique,
Careca e Prof. Albino. Jayme, Décinho, Lauro Fenner, Alceu Mallmann e Plínio
Tonel.
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