domingo, outubro 28, 2012

Memória



Jornal A SERRA (ano 1953)
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Reiniciado o campeonato da cidade

O JUVENTUS CONTINUA NA LIDERANÇA

Derrotado o ORIENTAL  por 2 a 1. -  Boa assistência ao prélio. – Regular a arbitragem do Tte. Troeto Scherer

    Reiniciando o campeonato da cidade, do ano de 1953, jogaram no domingo último, no Estádio Municipal, as representações do Oriental e do Juventus. Conforme se previra, foi bastante boa a apresentação dos dois times que, no entanto, poderia ser bem melhor, não fosse o estado lamacento que apresentava o gramado da baixada. Contudo, tanto      
Oriental como o Juventus, procuraram jogar o que sabem e o que podem.
    O jogo foi iniciado com os contendores se estudando mutuamente, à procura das brechas, para as explorarem e colher frutos no marcador. A vanguarda Juventina atirava freqüentemente, porém, o jovem arqueiro de Três de Maio, teve oportunidade de brilhar por diversas vezes. Aos 25 minutos do jogo o placard foi inaugurado. Jaime, lutou com Willy, e cedeu o couro a José. O extrema direita atirou com violência, a pelota passou pela frente do arco e Telmo surgiu para arrematar com extrema clama. Estava aberto o marcador.
     O Oriental, desde este momento, procurava empatar a contenda ao passo que o Juventus se esforçava para conseguir  novo tento, mas   os minutos iniciais se escoaram acusando o marcador – JUVENTUS 1 – ORIENTAL 0.
      Após o descanço regulamentar, voltaram ao campo as duas equipes. Nos primeiros momentos, o Oriental jogando no campo sêco, levou pânico por diversas vezes ao ultimo reduto do Juventus. Aos 15 minutos, Rui aparando uma bola que viajava pelo alto, empatou o prélio.
      Foi justamente neste momento que o prélio assumiu contornos sensacionais. Houve uma luta dramática entre a vanguarda dos visitantes e a retaguarda dos locais. A todo momento, o Oriental pintava o tento da vitória, mas lá apor volta dos 30 minutos o Juventus foi se firmando novamente para jogar de igual para igual com o contendor.   
     Observou-se então cargas revezadas de ambos os lados, pois tanto Oriental como Juventus, desejavam abandonar o gramado com as honras de vencedor. Os visitantes levaram tramas mais perigosas, pois a pelota em gramado sêco, podia ser melhor controlada. A vanguarda do Juventus, porem, jogava a base do individualismo, pois o gramado lamacento não permitia que as tramas fossem perfeitamente efetuadas.      
     Aos 35 minutos, Décio, ao tentar entrar na pequena área, foi derrubado. O arbitro acertadamente marcou tiro livre. Foi formada a barreira do Oriental. Jaime destacado para bater a falta o fez com extrema felicidade, pois o couro bateu na trave para tomar o endereço certo: as rêdes.
     Com as equipes dando tudo para conseguir  mais um tento, os minutos foram se escoando e o juiz deu por terminado o jogo, com a vitoria do Juventus por 2 a 1, que assim se firmou na liderança do campeonato. A equipe vencedora, formou com a seguinte constituição: Paulo, Adão e Adroaldo  - Hector, Careca e Carlinhos – José, Décio, Luiz, Jaime e Telmo. Na arbitragem esteve o Tte. Troeto Scherer, que teve regular atuação. 

Preliminar

A preliminar, jogada entre os aspirantes, foi vencida pelos rapazes do Oriental, que depois de estarem perdendo de 2 tentos a 0, reagiram, vencendo o prélio por 4 a 3.(Nota: a matéria foi reproduzida conforme escrita na época de sua edição pelo jornal A Serra).



Comentário de  João Jayme Araujo

O Oriental Futebol Clube de Três de Maio foi fundado em 1925  no mesmo ano do surgimento do Uruguay F.B.C.

 Equipe do Oriental - 1969 (crédito blog do Oriental)

Não podemos nos esquecer que  Três de Maio foi distrito de Santa Rosa quando também o eram as atuais cidades de Porto Lucena, Alecrim, Santo Cristo, Candido Godoy, Horizontina, Tuparendi, Porto Mauá, Cinquentenário e outros. 
Segundo relatos de Waldemar Zenni, eram celebres os jogos entre os dois times.
O campo de terra se situava onde hoje está o Cemitério Municipal.
Conta que tal como hoje e  com mais paixão, era ferrenha a rivalidade entre eles.
Houve brigas homéricas quando, inclusive mulheres, brigavam com as visitantes usando como arma sombrinhas e guarda-chuvas.
Historia, historia, historias...
A rivalidade futebolística perdurou pelos anos a fio e era comum que as pugnas terminassem em conflitos tanto lá, como aqui.
A propósito da partida em referencia apenas relembramos que a Baixada tinha ao Oeste o rio Pessegueirinho e a Leste o Pessegueiro, que logo depois do campo se uniam, formando um novo rio.
Na parte do campo que entesta com o Pessegueirinho, por haver um declive, a água empossava mais, por isso o terreno se apresentava úmido e, às vezes, alagado.
O Oriental sempre teve times fortes e consta, quando de partidas amistosas, mas importantes, não raro se fazia "enxertar," por atletas de outras plagas, como Santo Ângelo e Três Passos.
Dos jogadores da equipe que me vêm a mente destacavam-se:
Dari Simm, ainda jovem mas das maiores promessas  na posição de goleiro, de toda a região;
Picolé, zagueiro rude, com poucos recursos que dava bico para todo o lado;
Itamar, vindo de Santo Ângelo, centro médio, técnico;
Nuto Nagel, outro que se iniciava e no qual se poderia apostar algumas fichas;
Cassol, meia-direita, arisco e brigador que numa partida, mesmo sendo adversário, nos brindou com um dos mais belos lances que a Baixada assistiu. Aparou uma bola de sem-pulo a la Bebeto, marcando um gol, inesquecível;
Carlitos meio gordinho;  usava o corpo como ninguém, técnico, calmo e ótimo jogador.
Desses, Nuto e Itamar chegaram a se acertar com o Presidente Severino Grechi para jogarem pelo Juventus.
Os componentes da equipe do Juventus formavam um dos melhores conjuntos que  representaram suas cores.    
A propósito, arrisco-me a escalar a melhor formação do Juventus:      Flavio, Julio Silva e Benjamin. Nique, Careca e Prof. Albino. Jayme, Décinho, Lauro Fenner, Alceu Mallmann e Plínio Tonel.      

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