segunda-feira, dezembro 11, 2017

Homenagem

AÍRTON PRADO SCHMITT

Ontem, dia 9, perdemos um grande desportista: Aírton Prado Schmitt. Tivemos o grato prazer de conhecê-lo em 2013, quando o presidente José Emílio Kruel e o capitão Luís Fernando Rabuske, o Salsicha, então Secretário de Esportes, fomos até sua casa no Bairro Sulina, convidá-lo para ser um dos homenageados na NOITE DA HISTÓRIA E MEMORIA DO FUTEBOL DE SANTA ROSA, que aconteceu na data de 8 de dezembro de 2013, no Restaurante Ponto 10. Feliz, agradeceu o convite e se fez presente ao evento onde foi agraciado com um troféu. 
Numa outra oportunidade, ao lado de Salsicha chegamos novamente à sua casa, para ouvirmos algumas histórias que Aírton ficou de contar-nos. Isso aconteceu no ano passado. Aírton foi protagonista do Dínamo, no inicio de suas atividades em 1970. Fundador(consta seu nome no estatuto do clube), dirigente, atleta e autor do primeiro gol(era centro avante) da história do Dínamo. Após esta visita, fizemos uma matéria, baseada nos fatos por ele narrados, mas que ficou em nossos arquivos e agora, como uma homenagem postamos. Vale ressaltar, que nas duas oportunidades, em sua casa,  fomos gentilmente recebidos, pois, era pessoa educada e  alegre.


Aírton, em primeiro plano(camisa amarela), seguido de Juares(em pé), Macalé, Minierinho, Luiz Carlos Kruel(in memoriam) e Pontes. Foto da Noite de Homenagens  em 2013.

Abaixo a matéria com Aírton,  sobre seu envolvimento com  Dìnamo.

DÍNAMO FCNasceu para ser protagonista

O Dínamo foi antecedido pelo Aquela Pedra FC. Este, fundado em 1968, por um grupo de amigos liderados pelos irmãos Kruel, Luiz Carlos e José Emílio, que visava a prática do futebol como entretenimento. O nome Aquela Pedra foi uma homenagem do grupo a o amigo Tomás Aquino Motta, que havia recentemente falecido. O primeiro terno de camisetas da cor branca foi das mais em conta, devido a falta de recursos e o nome Aquela Pedra, pela costureira, foi bordado no lado esquerdo do peito, em todas as camisas,
O mesmo grupo somado a outros amigos em 20 de setembro de 1970 fundam o Dínamo FC. José Emílio Kruel e Airton Prado Schmith lembram-se das grandes dificuldades no inicio do clube. Segundo Airton, em reunião foi sugerido este nome, onde foi lembrado devido a existência do Dínamo de Moscou e por lembrar também do que representa a palavra dínamo: força e energia. E foi com isto que, em 1985,  após uma grande história no amadorismo,  chegou ao profissionalismo,
O  escudo também é caracterizado por um circulo, com um raio de cor vermelha e mais as estrelas que representam  os  títulos no amadorismo. 
José Emílio revela gratidão  ao companheiro Airton, pois, no momento de dificuldade, este deslocou-se, por conta, a capital do estado, adquirindo com seus recursos o fardamento completo: camisas, calções e meias, todos da cor preta. Também adquiriu a mochila com os equipamentos de massagem. 
Os  jogos eram realizados no campo que existia em frente a Vila Auxiliadora, onde o Ferroviário também disputava seus jogos.
E foi justamente o Ferroviário, o primeiro adversário do Dínamo, disputado com o fardamento preto. Airton, centroavante revela que chegou a fazer cinco gols no jogo, num placar vitorioso de 11 x 0. O primeiro foi em cobrança de escanteio com bola alçada na área, Airton só desviou para o fundo das redes. Alguns atletas que atuaram no jogo: Macalé(goleiro), Tuca, Pato, Baitaca, Tota, Perigoso, Mineirinho, Airton, Chico Werlang, que foram lembrados.
José Emílio Kruel foi a liderança mais expressiva na história do clube. Foi ele, que em 1985, levou o Dínamo ao profissionalismo. É tipo um patrono do clube. Seu irmão Luiz Carlos, foi seu eterno escudeiro. Airton, chegou de Porto Alegre, como policial e logo se enturmou  na comunidade. Quando criança e adolescente jogava com os pés descalços, próximo do Estádio do  Cruzeiro. Revela que no Dínamo, jogou em todas as posições, inclusive de goleiro. 
Alguns jogos o marcaram. O primeiro contra o Ferroviário, do qual está descrito logo acima. Outro jogo lembrado foi disputado no Estádio Municipal de Boa Vista do Buricá, contra o Avante, uma das melhores equipes da região e que disputava o campeonato estadual de amadores. O Dínamo jogou em igualdade de condições. Aírton diz que em função da idade já estava como zagueiro e Macalé o goleiro. Houve uma falta na intermediária e disse para o Macalé ficar tranquilo  que eu iria tirar de cabeça. Mas na cobrança, a bola raspou na  cabeça de Aírton e foi para o fundo das redes. Mas, o placar final foi um empate em 2 a 2. Aírton lembra também que jogar em Porto Mauá, contra o Navegantes, era muito difícil, com um time formado por fuzileiros navais, que na época existia uma Guarda da Marinha naquela cidade.
Ouvir histórias de José Emilio, Luiz Carlos e Airton é mergulhar no passado. Contam com muita emoção os momentos vividos e  do protagonismo do Dínamo nos jogos pela região. 
Como amador, seu maior rival foi  o Real Madri da Vila Oliveira, para quem em 1977, o Dínamo perdeu o titulo na final. Com o Real Madri, no período foi o clássico da cidade e os  jogos eram disputadíssimos. Mas  em 1979, 1980 e 1981, o Dínamo foi protagonista e fez história no futebol de Santa Rosa, tornando-se tricampeão municipal e em 1980, campeão regional. 

Foto 1 - Aírton é o primeiro agachado à direita, jogo com o Ferroviário, campo do adversário, na saída para Cândido Godoy. Na foto o time do Dínamo com o fardamento doado por Aírton.

Foto 2 - Dínamo no Estádio Carlos Denardin. Ao fundo as arquibancadas de madeira. Na foto Aírton é o quarto em pé da esquerda para a direita.

Foto 3 - Dínamo. Aírton é o terceiro, da esquerda para a direita agachado.

Valeu, Aírton Prado Schmitt! Nosso reconhecimento pelos serviços prestados à comunidade e ao futebol de Santa Rosa. Uma homenagem justa ao grande desportista, natural de Cruz Alta, mas que adotou Santa Rosa, como a sua cidade.


Nenhum comentário:

Postar um comentário