PALADINO 3 X 1 JUVENTUS
(História do jogo realizado a 59 anos. Colaboração: João Jayme Araujo)
(História do jogo realizado a 59 anos. Colaboração: João Jayme Araujo)
Data: 27 de setembro de 1953
Local: Estádio Baixada do Pessegueiro – Santa Rosa/RS
A equipe do Paladino FC que disputou o jogo
A equipe do Juventus AC que disputou o jogo
(Ao fundo, a direita, o time do Paladino entrando em campo.)
Leia o que diz o Jornal A SERRA sobre o jogo no final de semana seguinte:
Clique na foto para ampliar.
Graças
à colaboração de Elton Zielke e de Joca, filho de meu querido amigo
LUIZ CAPPELLARI, assim como o foram todos os seus irmãos, resgata-se por
fotos e noticias de A SERRA, um dos clássicos mais esperados no futebol
de nossa terra.
Paladino e Juventus eram os expoentes do futebol em Santa Rosa.
O clássico de 1953 decidiria, possivelmente, o campeonato.
Como
atrativo extra, a disputa da condição de artilheiro do ano, entre
Charles e Jayme, que estavam empatados. Com dois marcados nesse jogo
Charles conseguiu o galardão.
O Juventus era comandado pelo
técnico Barcellos, que viera de Porto Alegre, trabalhar na construção
civil e com eles dois atletas que logo se incorporaram aos periquitos,
CARECA E TELMO.
CARECA um centro médio com as características dos center-halfs, de então.
Daqueles
que tendo a bola sob seu domínio, normalmente, de cabeça erguida,
lançavam em ótimas condições seus atacantes, para que esses
desempenhassem a respectiva missão.
TELMO, um ponta-esquerda
arisco que buscava e encontrava a linha de fundo. Um dos trunfos do
Juventus, mas, nessa partida, por contusão, não pode atuar o que se
constituiu num sério desfalque.
Examinando-se hoje as fotos da pugna, chega-se à conclusão que o PALADINO tinha melhor time.
Sobressaiam DÉCIO e NIQUE irmãos, zagueiros comprados depois, por uma geladeira a cada, pelo Aliança.
Os
irmãos Charles e Nolly,, este, como se diz, sabia e Charles um
ponteiro-direito, depois centroavante. Velocista e dono de um chute
potente. Tinha o faro do gol.
Como goleiro, Júlio, discreto, mas efetivo.
Nino, zagueiro que tinha passagem por bons clubes de centros maiores.
Ernani, tosco, mas, se impunha em sua área.
Napoleão, bom lateral, marcador implacável.
Lauro
Fenner, que atuara antes, com destaque no próprio Juventus e no Tuiuti
de Santo Ângelo e Paulo Terra, um porto alegrense colored, como se
dizia, antes do politicamente correto, dono de uma visão de jogo
destacada, bom jogador, melhor caráter.
No Juventus eram
destaques, Careca, Antonio, Jayme, Décinho, este o cérebro do time, dos
maiores jogadores da região e Luiz Cappellari, bom jogador, mas,
genioso.
Pela comparação, vê-se a superioridade do vencedor.
Equipe do Juventus entrando no Estádio: na
frente Jayme. Fila da esquerda, Hectore, Carlinhos, Careca e Luiz
Cappellari. Na direita: Adão, Antonio e Decinho. De chapéu, no lado,
Telmo ponteiro esquerdo que, por contusão, não atuou.
A TORCIDA FEMININA
Foram
destaque nessa partida, as torcidas femininas. Admiradoras do
Juventus, tendo Ascânio Pinto como chefe da torcida e Claudete Araujo à
frente, resolveram marcar presença, devidamente uniformizadas.
O vestido era de cor verde, com golas e punhos vermelhos e completando o visual um chapéu de palha enorme.
Para
saudar sua equipe, percorreram o comércio em busca de auxilio,
destinado a compra foguetes, com os quais receberam os atletas na
entrada em campo.
Nas fotos abaixo das torcedoras, vêem-se três
incidências, como: entrada em campo, entrega de uma "corbeille" para o
capitão da equipe, Careca e este acompanhando Águeda e Claudete Araujo,
quando estas deixavam o campo.
Ascânio
Pinto, chefe da torcida do Juventus. Aparecem, dentre outras, Claudete, Águeda e
Negra Araujo, Evinha, Lisete Koch,Neiva Hoffmann, Maria do Carmo Acioli e
Laís Albrecht.
Careca, capitão da equipe do Juventus
recebendo uma corbelia de flores. Vê-se, entre os chapéus, os atletas
Adroaldo Liberalli e Paulo Pinto que não apareceram n a foto da entrada
no Estádio.
Capitão do Juventus Careca, acompanha Águeda e Claudete Araujo, quando elas se retiravam do campo em direção ao Pavilhão.
Torcida feminina do Paladino: Janete
Berta, Liége e Dione Zenni; Vera Maria, Stella,Maria de Lourdes
Cardoso, Miriam e Eda Zenni; Lilian (de mãos erguidas) e Luze Koch, Ruth
Matter, Ila Andrade...".
Como em cidade do interior é
difícil guardar-se segredo, as torcedoras do Paladino descobriram o
movimento das adversárias e também se fizeram presente uniformizadas.
A
história contada por VERA CARDOSO WIENANDTS: " Eu, era menina de
tranças, ainda. As mais velhas conseguiram motivar a turma então
apaixonada pelo Paladino, determinando que todas usariam roupa branca e
vermelha de
preferência a saia branca e blusa vermelha. Quem não tivesse colocaria alguma roupa onde se destacassem essas cores.
Outra
coisa, lembro bem, confeccionamos bandeiras de tiras vermelhas e
brancas de papel crepon, presas numa madeirinha por percevejo.
As
menores, as amigas minhas,Dione,Liége, fomos arrecadar as hastes
dessas lá no Scalco Móveis que cortaram exatamente como pedimos.
Todo mundo se juntou pelas casas para confeccionar as ditas bandeirinhas.
Entramos
pela lateral do campo em direção às arquibancadas. Agitávamos as
bandeirolas gritando frases e palavras de efeito visando um bom
desempenho de nosso time. Vitória do nosso time.
O Paladino
estava no auge e nós meninas que frequentávamos o estádio do
Pessegueirinho junto com as manas maiores, claro, resolvemos apoiar o
time com uma grande torcida feminina. E, assim foi, num determinado
domingo para espanto de todos, adentramos pelas laterais do gramado.
onde havia o campo e onde o Paladino enfrentaria (Juventus) vestidas
"para matar" de branco e vermelho. A saia rodada(da época, com armação)
era branca e a blusa vermelha ou vice versa como havíamos combinado em
reunião da turma.
.Ah, aquilo deu uma vida na torcida que não
parava de gritar palavras de incentivo, de força aos jogadores que
também havíamos combinado.
Uma começava e as outras iam fazendo um coro, espetacular, o povo aplaudia e co-participava.
Foi inédita esta atividade com relação a um time de futebol, enfim, mais ou menos 30 meninas, adolescentes e as mais maduras.
O
máximo, numa época em que o futebol era uma grande atração, um bom
programa de domingo à tarde, nas pequenas cidades e os jogadores nativos
do local, todos conhecidos e alguns namorados.
Espero que gostem do que contei, pois, para mim estasatividades,foram inesquecíveis.(Vera Cardoso Wienandts)
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