YPIRANGA
FUTEBOL CLUBE
Com a instalação do Quartel – 1º Quartel –
1º RCT em Santa Rosa, aos fundadores profissionais que vieram dos
mais diversos recantos do Brasil, Oficiais, Subtenentes e Sargentos, Cabos e
Soldados juntaram-se os conscritos da
região selecionados para o serviço militar obrigatório.
No Brasil, desde então, em qualquer turma
de piasedo reunido, havia, como há, uma bola que os une e os separa ao mesmo
tempo.
Unem-se todos na pratica da pelada, mas,
não esqueçamos que jogam por times diferentes. Os de camisa contra os sem camisa.
A escolha para a formação das equipes é
atribuída a pretensos capitães. Cada um indica um, alternadamente até se formar
o time ou os times com o número legal de
jogadores ou em maior número dependendo da combinação e o acerto entre os
selecionadores.
Se há uma praça, num pátio de colégio ou em
qualquer terreno baldio ou pedacinho de terreno o jogo já está formado.
Imagine-se entre o efetivo de uma Unidade
Militar.
Deste congraçamento teria surgido no
Quartel e cercanias o Ypiranga Futebol Clube.
Havia um time de âmbito interno chamado
DUQUE DE CAXIAS. Jogava pouco porque na época estava em vigor uma portaria que
proibia jogos com ou contra civis.
O idealizador, fundador e técnico foi o
Sargento Alcibiades Schulz. Quando no desempenho das funções de treinador em
determinadas jogadas dizia sempre: “Abre Zacarias”!
Sua primeira sede deve ter sido numa Pensão
da família Oliveira, existente na Avenida Coronel Ladário, sendo lindeiros com
as terras do Quartel.
O dono da Pensão por nome Valério Oliveira
já era vidrado no futebol tanto que jogara num time do
Lajeado, onde morou.
Era daqueles “beques” que, embora, talvez
não existisse o refrão como a bola vinha voltava não interessando para onde:
“bola pro mato”... e fruía com alegria de sua própria façanha.
Um filho do Valério, Miro Oliveira seguiu
os passos do pai. Foi também zagueiro e chutava a bola para qualquer lado em
defesa de seu time.
Eis que começa a frequentar a Pensão um
ferroviário vindo de Santa Maria, que teria ficado para tratamento de saúde.
Aqui permaneceu. Abriu um bar como si dizia na época que
começou a funcionar paras mini-encontros sociais e eram frequentadores atletas
do Ypiranga. Para distração uma mesa de bilhar
e um carteado. Ali passou a ser a sede da agremiação.
O ferroviário referido era ADÃO MONTEIRO (foto acima e ao lado) que com grande iniciativa
incrementou o estabelecimento passando, também, a ser dirigente máximo do
clube.
Remodelou o time e contratou jovens
promessas da cidade.
Numa dessas ocasiões como já referi houve
um encontro nesse local visando um “contrato”com Adroaldo Liberalli, Paulo
Pinto e Jayme Araujo promessas do juvenil do Paladino. O acordo não aconteceu.
Depois os três, com fundação do Juventus passaram a defender as cores do clube
do Prof. Albino Werlang.
Adão Monteiro era homem de visão. Foi
aumentado o seu comércio, granjeando a freguesia passando a trabalhar com café
que “importava” de Santa Maria.
Fundou então ORGANIZAÇÕES YPIRANGA uma
mescla de padaria e confeitaria e instalou-se onde hoje é a FECOPEL, na rua
Cristóvão Colombo.
Consta haver na calçada ainda hoje lajotas
com inscrição do nome do time e da empresa.
O Patrono ADÃO MONTEIRO, foi por longo
tempo o Rei Momo da cidade.
A CESAR O QUE É DE CESAR
O Ipiranga Futebol Clube disputou partidas
emocionantes com o Paladino. Certa feita arranjou um goleiro bom, cheio de
estilo, que se chamava Neter ou algo parecido. Esse escriba, iniciando-se como
escrevinhador no jornal A SERRA e como era fã do referido arqueiro só viu no
jogo as defesas brilhantes que este fizera, ressaltando sua alta qualidade, em
detrimento dos demais jogadores.
Pareceu que a partida fosse um banho total
do Paladino.
No domingo seguinte, ou na edição posterior
da SERRA, saiu um artigo com o titulo A CESAR O QUE É DE CESAR, no qual o
presidente Adão Monteiro tentava colocar as coisas em seu devido lugar:
Mas tratemos sobre o time: Sem observar posições os primeiros
jogadores foram Dário – Viriato – Wilson
Codinotti – Waldir de Paula – Dari Ponciano Nazarof – Edemar Lima –Décinho
Nascimento – Celso – Cabrera – Helio Madureira – Ruy Jaeger, Darci Kanitz e
Rebolo, ponta esquerda titular do Paladino, mas que, por ir servir foi
“aconselhado” a defender as cores do Ypiranga que eram vermelho e preto.
Colaboração de João Jayme Araujo