quarta-feira, novembro 09, 2011

Fatos e Fotos Antigas Parte XIII

PARTE XIII

1 – PSICOLOGIA E MALANDRAGEM DE TREINADOR

Prof. Paulo Araujo, que foi técnico do Juventus, Paladino, Aliança. Juventude, Sepé e ASRE.

Quando treinador do Paladino, contava em circunstancias especiais, com um atleta de Crissiumal.

Numa semana de partida importante, o jogador centro avante – talvez o melhor da equipe – de um momento pra outro apareceu manquitolando, com o evidente propósito de amorcegar, quiçá, para levar algo “por fora” de um dirigente. Notando a evidente malandragem, o treinador não se abateu. Mandou chamar o jogador de Crissiumal.

Este passou alguns dias em treinamento e foi escalado para integrar o onze. O “contundido” sabendo ser ele o melhor da equipe, quando se assegurou junto ao treinador que não jogaria, surpreendentemente ficou curado. Mesmo contra a opinião dos cartolas, o técnico manteve sua palavra. Deixou-o na reserva.

No intervalo do primeiro tempo o atleta insistia em jogar. No meio da etapa complementar, como o marcador se mantivesse mudo o treinador olhou para o atleta e disse-lhe:

Vá lá. Jogue! Ganhe o jogo. Em caso contrário não mais atuarás comigo. E nem em Santa Rosa.

O atleta, agora obediente, temeroso entrou em campo comeu a bola, fez o gol da vitória. Para se ter sucesso na vida, às vezes, é necessário, pôr as coisas em seus devidos lugares.


2 – PUXÕES DE ORELHAS



Devido à superioridade do time por ele treinado, notou que seus jogadores já não tinham o mesmo interesse, o mesmo empenho nas ultimas partidas. Pensou, pensou como poderia motivá-los para que parassem de fazer corpo mole.

No momento da preleção, sentou-se junto a eles. Ficou fitando-os sem dirigir-lhes nenhuma palavra.

Instaurou-se, então aquela cena famosa da briga entre o gato e o rato.

Passados minutos, dirigiu-se aos seus pupilos assim: - eu ainda não escalei a equipe. Quem se considera destacado titular absoluto e pensa que por isso não precisa se empenhar alcance sua camiseta para os reservas. Eles, por certo irão dar a vida pela vitória.

Todos esses vestiram as respectivas camisas, jogaram, fizeram tanta força, como se estivessem em testes. E o resultado não se fez esperar.


3 – DESCOBERTA DO CENTROAVANTE



Treinando o Aliança, certificou-se que seu time não tinha um centro avante decisivo e que soubesse cabecear.

Dentre os atletas de seu elenco havia um, já veterano. Bom cabeceador, mas, sempre jogara na zaga.

O técnico dirigiu-se a ele e disse: preciso de alguém que saiba cabecear para ganharmos esse jogo. Topas quebrar-me o galho atuando de centro avante, com essa missão?

Com a aquiescência dele, escalou-o e determinou a seus dois ponteiros que cruzassem a bola para a área, toda vez que isso fosse possível.

O veterano cumpriu sua missão com brilho, tendo, inclusive marcado o gol da vitória.

4 – DOMINIO DA MEIA CANCHA

Enfrentou um time que tinha, na meia-cancha, só craques. Os conhecia bem, vez que fora treinador deles.

Determinou a seus atletas que só jogassem pelas laterais, impedindo que a bola passasse por este setor de campo do adversário.

Os jogadores cumpriram com o que lhes tinha sido orientado.

Terminada a partida um dos atletas adversários, que praticamente não viu a bola, perguntou: - como é que a pelota nunca chegava ao nosso meio campo, Prof.Paulo? Simples, pra vocês não jogarem e não se adonarem da partida a única maneira era fazer com que a bola não chegasse na meia cancha, jogando sempre pelas laterais!.


5– GREMIO SANTA-ROSENSE


Equipe do Grêmio Santa-rosense Campeão da Copa do Imigrante em 1973.

Tendo assistido alguns jogos desta categoria, em campanha por Santa Rosa, foi procurado por um dirigente gremista, para dirigir o time num jogo de decisão.

Não querendo envolver-se diretamente e tendo constatado que os seus adversários tinham por atividades no quartel, no condicionamento físico, seu ponto alto, na preleção, enfatizou este detalhe, ressaltando que para vencê-los, era tentar prender a bola, o máximo possível.

Evitavam, assim, um desgaste que eles impunham, com a intensa movimentação. Palavras textuais: “só existe uma bola em jogo, vamos tentar mantê-la em nosso poder, sem chutá-la a esmo, para a frente, objetivando os contra-ataques.”.

Tal foi cumprido à risca.

Não entrando na correria do adversário, o Grêmio venceu surpreendentemente o time favorito, provocando uma festa de enormes proporções na cidade.

(Paulo Zenni Araujo)


6– A SUPERSTIÇÃO.

Jogava-se um clássico em Santa Rosa. E, como em todos os lugares, estes confrontos, provocam as mais surpreendentes reações, envolvem dirigentes, torcedores, enfim, vale tudo que foge a normalidade.

Uma hora antes do jogo, chegávamos ao estádio municipal. Quando entramos no vestiário, nos deparamos com algo pouco comum no seu ambiente.

Atrás da porta estava um copo de água, uma vela acesa e um ramo de espada de São Jorge.

Pude perceber uma série de reações dos jogadores diante do fato.

Começaram a se fardar, alguns recebendo massagens, outros ocupados no rotineiro. Quando estavam todos prontos, esperando pelas orientações finais, fiz somente uma observação: “Já nos preparamos durante a semana, o que tinha de ser feito já se fez, mas, agora eu quero mais um pouco da atenção de vocês.

Eu não quero e nunca interferi nas crenças religiosas de ninguém mas, eu vou tomar uma iniciativa, vou jogar este copo de água fora e, com ele o ramos de espada de São Jorge e também vou apagar esta vela.

Se eu acreditasse nisto, e não no futebol de vocês, e no meu trabalho como treinador eu não estaria aqui, rasgaria o meu diploma e ficava em casa.

“Vão lá e ganhem o jogo pela competência de todos”.

Não deu outra. Ganhamos e o ritual foi esquecido.

(Paulo Zenni Araujo)


7– CAMPINHO DA VILA MILITAR

Orly Brito Vieira e Ivon Brito Vieira

Ali, onde penso, que ainda se encontre a Vila Militar dos Oficias, havia um terreno baldio que era “habitat” de perdizes.

Íamos, na infância, treinar os cachorros perdigueiros juntamente com meu pai para conhecerem e sentirem o cheiro da ave.

Com a chegada do progresso e da habitabilidade da Vila, as perdizes se foram embora. Ficou, ali, abandonada, uma boa réstia de grama.

Para o local tornar-se um campinho de futebol foi um pulo. A ORLY e IVON BRITO VIERA, filhos do Cap. SALDANHA, logo se enturmaram Paulo, Jayme e Ruy, que moravam próximo, para lá acorriam em todos os momentos de folga.

8 – JUNIOR’S ATLAS

Houve, em Santa Rosa, um time de futebol de salão, que ficou famoso pelos resultados conseguidos aqui e nas redondezas, o ATLAS.

Fazia parte da equipe um dos irmãos de uma grande família, cujos “estrangeiros” vinham à cidade, visitar seus pais, no período de férias.

Travou-se uma discussão entre os que aqui não residiam e os da cidade que culminou num desafio para uma partida a fim de provar quem era o melhor.

Os porto-alegrenses enxertados de familiares da terra, sendo goleiro um gurizinho, lograram um empate de três a três no tempo normal.

Os locais desafiaram para uma prorrogação. Aceita esta e, mais uma, as partidas terminaram em quatro a quatro e, depois, em cinco a cinco.

Os cobras do JUNIOR!S ATLAS, rogaram por mais um acréscimo de tempo.

Nós, contestamos. Só queríamos provar que vocês não são tão bons quanto se alardeia. Esperem pelo próximo ano!

Nosso time? Alemão, Jayme, Paulo, Mauro e João Carlos Macluf.


9 – FLÁVIO E CÍCERO


O Dr. Vicente Cardoso a quem a cidade tanto deve junto com dona TIDA, tiveram dois filhos homens. Um Flávio, oficial do Exército e, como tantos, só vinha a terra em tempos de férias.

Quando aqui estava integrou por várias vezes a equipe do Paladino, como goleiro.

Tinha o rosto todo marcado e diziam isto se devia, ao arrojo, uma vez que, uma de suas características, era jogar-se nos pés dos atacantes adversários, machucando a “cara”, não raramente.

Cícero, o mais novo, exemplando-se no irmão, também seguiu a carreira militar, tendo mesmo, no desempenho de suas funções, servido no IRAQUE.

Como goleiro, apenas o vi jogar no segundo time do Ginásio, pois, com ele atuei.

Deve ter tido destaque, também, nos times de oficiais do Exército nos quais atuou.

10 – CHUTEIRAS


As primeiras chuteiras – que os castelhanos chamam fobas – das quais se teve conhecimento na terra eram de cor branca, com o bico em couro escuro e com madeira na ponta para se fazer gol “de bico”.

Perduraram por muito tempo.

O comercio desses sapatos era incipiente e corria-se a fazer encomendas para seleiros e sapateiros para que as confeccionassem.

As traves delas chamavam-se garradeiras e às vezes tinham o formato redondo que iam até o solado e eram presas por pregos de sapateiro, às vezes salientes.

Havia, porém, os mal intencionados que mandavam fazer as agarradeiras de aço.

Em caso de uma perna atingida era corte na certa, mesmo porque, raramente se usava caneleiras.

Era quando entravam em ação os massagistas com curativos de iodo- que ardia como o inferno – ou mercúrio cromo, que deixava a pele com cor de sangue.

Mesmo as tornozeleiras vieram depois e usadas por cima das meias, para serem exibidas com destaque...

terça-feira, novembro 08, 2011

Municipal

OS CAMPEÕES DE 2011

O Campeonato Municipal de Futebol de Campo de Santa Rosa/RS teve os quatro jogos finais no domingo (06), no Estádio Municipal Carlos Denardin, com a presença de um bom público.



Na categoria mirim, o Ouro Verde do Bairro Cruzeiro alcançu o título vencendo o Farroupilha de Lajeado Reginaldo por 1 a 0.


No outro jogo, categoria veteranos o Palmeiras do Bairro Glória goleou o Farroupilha por 6 a 1 sangrando-se campeão.



Nos aspirantes o Farroupilha, sagrou-se campeão vencendo por 1 a 0 o Ouro Verde.



Na categoria principal, Associação Sulina, do Bairro Sulina derrotou o Ouro Verde por 2 x 0 e fez a festa do título na noite de domingo.

O campeonato foi organizado pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de Santa Rosa.

Fonte: NN

quinta-feira, novembro 03, 2011

Luto

Juventus duplamente enlutado com as mortes de Carlinhos Oliveira e Saul Liberali.


Morreu na manhã desta quinta-feira,03, aos 81 anos, Saul Dante Liberali.

Presidente da Fundação Educacional Machado de Assis, Saul morreu em sua residência, vítima de mal súbito.

Natural de Santa Rosa, Saul se destacava pelo espírito voluntário. Atuou no Lions, Hospital Vida & Saúde, Conselho da Comunidade, Consepro, Centro Assistencial Sagrada Família, Lar do Idoso, entre outras entidades, das quais tinha orgulho em poder ajudar.

Gostava, nas conversas com os amigos, de salientar que o Juventus foi fundado em sua casa, como disse numa entrevista em agosto de 2010, que segue:

Pergunta: Antes que esqueçam, vale ressaltar que Juventus Atlético Clube, há seis décadas, surgiu na casa da família Liberali, com forte participação sua e do mano Adroaldo Liberalli. Pensava que esta porta se manteria aberta por tantos anos? Fale-nos um pouco daquele Juventus...

Saul: O Juventus foi fundado lá em casa. O professor Albino era professor do Liminha e gostava muito de esporte. Nós dois elaboramos o estatuto e fundamos. Inclusive eu fui, por minha conta, a Porto Alegre encomendar na Renner as primeiras camisetas do Atlético. Foi um a história muito bacana. O Juventus fui fundado na casa da minha mãe. O Albino morava numa casa alugada que era da minha mãe e aí nos juntamos e fundamos. Na época, Santa Rosa tinha o Aliança e o Paladino, o Juventus foi a terceira força. Era que nem Inter e Grêmio... Naquela época era muito bacana que toda a elite de Santa Rosa ia no futebol que era lá em baixo naquele campo do Pessegueirinho, depois mais tarde o Carlos Denardin trouxe o estádio aqui pra cima. Nós também treinávamos os jogadores, tudo.


CARLINHOS OLIVEIRA


Faleceu sábado,29 de outubro, no Hospital Militar em Porto Alegre e sepultado em Santa Rosa, o Senhor Carlinhos Oliveira. Militar aposentado, quando jovem, na década de 50 atuou por muitos anos como atleta do Juventus. Carlinhos residia com sua família, na Vila Oliveira, em Santa Rosa/RS. Acompanhava o Juventus a distância, como nos relatou numa entrevista em 2010. Admirava o lugar onde morava. Na oportunidade dizia: "Estou aqui, parece que estou na cidade, mas ao mesmo tempo estou no meio da natureza". Outra frase que chamou atenção: " Ainda hoje quando passo pela Avenida Borges de Medeiros, próximo ao rio Pessegueirinho, olho para o lado onde se localizava o campo, e bate uma saudade daquele tempo quando naquele local se disputava grandes jogos." Valeu, Carlinhos!

Fontes: Jornal Noroeste, FEMA e Blog do Juventus


terça-feira, novembro 01, 2011

ASTROS DA TERRA




ROBERTO GAÚCHO


Roberto Joceli Weber é filho de Raul Weber e Diva Maicá Weber, nasceu em Guarani das Missões em 05 de abril de 1968.
Do casamento com Heloisa nasceu Roberto Junior, hoje com 17 anos.
Passou sua infância até os onze anos em Guarani das Missões, jogando futebol em campo de terra, no Ginásio e no Colégio Agrícola. Depois, para Santa Rosa, onde até hoje mora sua família.
Quando esteve no Dínamo, o presidente José Emilio Kruel falou-lhe que era muito magrinho e que não poderia jogar futebol.
Era pequenininho, driblava todo o mundo e levando “porradas”, por isso não sobreviveria.
Primeira ficha de inscrição de atleta de Roberto Gaúcho, na Federação Gaùcha de Futebol, pelo DÍNAMO F.C. de Santa Rosa.

De Santa Rosa, levado por seu irmão Chiquinho, também atleta, que jogou no Caxias, Gaúcho de Passo Fundo e no Dínamo, foi atuar em Joinville de onde se transferiu para o Grêmio, em 1989. Jogou com Cuca, Bonamigo, Assis, Mazaropi, dentre outros.
Do Grêmio foi para o Coritiba, Vitória, Guarani de Campinas (ao lado do zagueiro Pereira e de Biro-Biro), Cruzeiro onde ficou por oito anos e acabou a carreira nos Estados Unidos, tendo atuado ao lado de outros experientes jogadores, entre eles o colombiano cabeludo Valderrama.


Brilhou muito no Cruzeiro, onde obteve grandes conquistas nos anos 90, principalmente a Copa do Brasil 96 em cima do Palmeiras em São Paulo. Fez o gol de empate e foi responsável ainda pelo cruzamento que resultou no gol de Marcelo Ramos. Cruzeiro venceu a partida por 2 a 1 e ficou com o título.
No Guarani, por exemplo, jogou ao lado do zagueiro Pereira, do volante Biro-Biro, entre outros. Também defendeu o Vitória da Bahia.
De volta ao Estado abraçou a carreira de treinador e exerce essas funções no Porto Alegre, time de Ronaldinho e Assis.
Diz sentir saudade do interior, pois, estando fora, se perde até o vínculo com a família.
Conquistas:
Cruzeiro:
Copa Libertadores da América: 1997
Supercopa Libertadores: 1992
Copa Ouro: 1995
Copa Master da Supercopa: 1995
Copa do Brasil: 1993 e 1996
Campeonato Mineiro: 1994, 1996 e 1997
Grêmio
Campeonato Gaúcho: 1990
Coritiba
Campeonato Paranaense: 1989
Vitória
Campeonato Baiano: 1991
Joinville
Campeonato Catarinense: 1987

Cruzeiro de 1992. Em pé: Paulo César, Paulo Roberto, Célio Lúcio, Luizinho, Ademir e Edson. Agachados: Betinho, Renato Gaúcho, Cleison, Douglas e Roberto Gaúcho.


Cruzeiro campeão mineiro de 1994 com Ronaldo Fenômeno em início de carreira. O time estrelado levantou o caneco com 17 vitórias, cinco empates e nenhuma derrota. Ronaldo foi o artilheiro com 22 gols em 22 jogos. Em pé vemos Paulo Roberto, Dida, Célio Lúcio, Rogério Lage, Luizinho e Nonato; agachados estão Ademir, Ronaldo, Catê, Luiz Fernando e Roberto Gaúcho. Fonte: Cruzeiro

Fonte: Entrevista concedida em 15 de setembro de 2011 e pesquisa na Internet, especialmente no Blog de Milton Neves.

Fatos & Fotos

PARTE XII

1 – CADARÇO: O DIREITO OU O ESQUERDO?

Em sendo o prof. Paulo Araujo, técnico do Sepé Tiaraju, disputava-se uma partida “encardida” como se dizia.

O Sepé segurava, heroicamente, uma vantagem sobre o adversário.

Quase ao fim da pugna um dos jogadores do Sepé, FRANCO, teve um cadarço de uma das chuteiras rebentado.

Dirigiu-se ao banco, para ser socorrido.

O treinador gritou para QUELÉ, um de seus auxiliares, ou reserva, que calçava chuteiras: - QUELÉ, alcança, rápido, um cadarço que o do FRANCO rebentou!

QUELÉ já de mão nas chuteiras, mais que depressa perguntou: - O direito o ou o esquerdo?


G.E. Sepé Tiarajú de Santa Rosa. Da esquerda para a direita: Joaquim Fagundes (presidente da Liga de futebol). De pé: Miro, Ipiranga, Darci, Ibanês, Alcides, Beninho, Santos. Julio Niunes (árbitro). Agachados:: Alceu, Buzatto, Orestes, Ari e (...).

(Alceu Medeiros)

2 – DOPING NO FUTEBOL DE SANTA ROSA

Com o crescimento do futebol da terra, necessariamente, jogadores de fora foram “contratados!”

Como vinham de centros maiores, traziam na bagagem, os conhecimentos dos avanços da ciência para um melhor desempenho dos atletas.

Assim que, certa feita, os jogadores do Juventus foram orientados a comparecerem numa determinada farmácia para serem “vacinados” antes de jogos importantes.

Felizmente, soube-se que não se tratava de doping, mas, sim de um produto a base de glicose que apenas acumula uma carga maior de energia.



JUVENTUS A.C. – Paulo, Jayme, Ari Diniz, Mello, Ruy, Bircke, Melinho, Carlinhos, Alti Diniz, Carlos Hoffmann e Zezinho.

3 – GERMANO WÜST



Germano Wüst chegou à Santa Rosa, vindo de Santo Ângelo, como preposto da Construtora Medáglia, firma especializada no ramo da construção civil.

Torcedor do Grêmio Santo Angelense, logo se afeiçoou pelo Paladino, passou a fazer parte dos quadros diretivos, chegando logo ao cargo de Presidente.

or suas ligações com o clube de Santo Ângelo estreitaram-se os laços dentre as duas agremiações, que fizeram partidas memoráveis.

Com esse impulso o Paladino tornou-se mais conhecido e respeitado.

Foi o presidente que mais tempo ficou, brilhantemente, no desempenho do encargo.

Desfile Avenida Rio Branco – Praticantes de Tiro ao Prato. Identficados,: Na frente do pelotão: Zeca Seger, Leonisio Grando; segunda fila , Joao Rigon, Titus Birman – Segundo Pelotão: Caçadores.Ao fundo a Banda do Quartel (Evaldo Rippel)

4 – CLUBE GUARANY DE CAÇA E PESCA

Quando de sua fundação, o Clube alugou ou serviu-se de um local para prática de tiro ao alvo e tiro ao prato, numa área de propriedades da família Kroth.cuja entrada era em frente ao portão do atual cemitério,.numa baixada, onde havia as linhas de tiro e um poção para banho junto..

Nas provas de revolver havia poucos competidores. Lembro dos Majores COUTINHO.e WALDIR.

A maioria, praticava o tiro ao prato tendo como expoentes, JOÃO RIGON, JOÃO HOFFMANN, ZECA SEGER, LEONISIO GRANDO, TITUS BIRMANN e outros menos votados, como João Aguirre Araujo, que embora participasse da maioria dos acontecimentos sociais, nunca foi bom de grana.

Os outros, como dispusessem de poder financeiro, “importavam” armas – LASSORDA, TARASQUETA e outras específicas e coletes especiais, com bolsos, para portarem a munição.

Seu Joãozinho Araujo dizia:

– ah se eu tivesse as mesmas armas deles, seria, com certeza, tão bom quanto.




Desfile da Semana da Pátria – TIRO AO ALVO - Em destaque Mauro Schneider e Hugo Dreyer (Acervo: Mauro Eliseu Schneider)

5 – CARROCEIRO STIBE

Numa determinada época, nesta nossa terra, como em todo o mundo houve, escassês de gasolina em virtude da segunda guerra mundial.

A venda era restrita e limitada para os “carrões” que fossem usados em situações de calamidade e saúde pública.

Como a vida da cidade era pacata, não oferecendo muitas opções para se desfrutar de um domingo, havia, em profusão adeptos da caça e da pesca.

Quando o combustível fora liberado serviam-se os caçadores de seus próprios autos e, em comitiva, se mandavam para o campo.

Com o racionamento de gasolina, não desistiram.

Contratavam carroceiros, saindo para a prática do então esporte, na tardinha de sextas feiras, retornando domingo pela meia noite.

Havia um transportador de nome STIBE, que, na sua carroça, transportava os caçadores.

Chegava na casa do freguês e depois de carregada toda a bagagem, dava a voz de partida aos animais que puxavam a carroça.

Chamava-os pelos respectivos nomes e dizia alto e bom som: SEMOS!

Os animais obedeciam e partia-se para mais uma aventura.

6 – CAÇADAS

Caçadores e atiradores do Clube Guarany de Caça e Pesca – dentre outros: João Araujo, João Rigon, Mario Meurer, Titus Birmann, Leonisio Grando, Lourival Garcia, Eugenio Koslowski, Zeca Seger, Egon Rippel (Foto - Evaldo Rippel)

Havia uma família grande, formada por irmãos, cunhados, concunhados e alguns amigos comuns que além de fazerem parte do mesmo “grupo de bolão” e de ensaios musicais, dedicava-se ao esporte da caça de perdizes. A ela se juntou outro parente, caçador de mato e não, de campo. Era, o mais perito nas artes de atirar.

Enquanto os demais companheiros ao voltarem para o acampamento, antes do almoço, tomassem um aperitivo e, depois, fossem sestear o nosso herói alimentava-se, ligeira e frugalmente de um pão com schmier e retornava à faina.

Sem contar que entre eles, alguns, fumavam cigarros de palha e tinham de parar a caçada também, para localizar a palha, picar o fumo, fechar e acender o palheiro, em isqueiros que não funcionavam devido ao vento, ou palitos de fósforo que se apagavam.

Mas era melhor que os avio de fogo, um poronguinho com tecido de camiseta, já queimada, no interior dele.

Obtinha-se a faísca com o atrito entre uma liminha e uma pedra

Por ser bom no tiro, sempre caçava mais que seus parentes e contra-parentes.

Estes diziam: - mas vá ter sorte, na caixa prego, como o SCHMIER!

Sempre caça bem mais do que nós! É um sortudo!

(“A gaita matou a viola, o fósforo matou o isqueiro, a bombacha, o xiripá e a moda, o uso campeiro”)


7 – LINGUAJAR DA TERRA

Estavam em Porto Alegre, "a serviço da repartição" o velhos Zifa e João Aguirre de Araújo (um, dirigente do Paladino e, o outro, do Juventus).

Um calor medonho, e lá pelas 4 da tarde ao passarem num bar na rua da praia resolveram matar a sede. Sentaram à mesa e o seu joão chamou o garçon e pediu..."por favor uma fonte e dois copos", – era assim que se chamava em santa rosa, a água mineralcom gás.

– Passaram-se uns dez minutos e nada! E a minha fonte?

O garçon respondeu:

– Já sai!

E nada! Veio o garçon e disse:

– Eu não entendi os que os senhores pediram!

Ao que o João Araújo respondeu com aquela voz grossa que ele possuia:

– Eu quero é uma água mineral... da Fonte Ijuí rapazzzz!!!*

(Colaboração de Paulo Moacir Soares)

8 – JUIZ COMPRADO, MAIS UMA DO SEU ZIFA.


Naquele domingo aconteceria uma final do citadino, valendo o título. Aliança e Paladino. O juiz do jogo, um militar.

Acontece que ele era viciado na carpeta. Jogava ali na sala de jogos do seu Dante Casagrande (no clube concórdia). Se pelou no carteado!! Por volta das seis e meia da manhã daquele domingo, após sair da carpeta bateu na casa de um alfaiate e de lá para a casa do seu zifa...e o juiz foi direto ao assunto:

– Seu Zifa, me pelei no jogo e ás dez da noite tenho que pegar o pullmam (ônibus da ouro e prata) e gastei até o dinheiro da diária que havia recebido para a viagem.

– Quanto tu precisas para amolecer o jogo pro Paladino, perguntou o velho Zifa?

Disse o árbitro:

– Olha, seu Zifa... Preciso o dinheiro da diária do exército e mais alguma coisa pelo jogo.

Feito o acerto às 16 horas começou o clássico. Passados 30 minutos havia 3 expulsões pro lado do Aliança. E dê-lhe marcação de faltas contra o Aliança!!! O Paladino venceu!!! O juiz saiu cercado pelo pessoal do Paladino. Chegou na rodoviária quando faltava um minuto para ás 22 horas.. Com a "palha" no bolso...

( Colaboração de Paulo Moacir Soares)

9 – CENTRO-AVANTE EM PELE DE GATO

Dia 15 de novembro, de um ano em que a memória não me socorre, estava, com minha mulher, em Santana do Livramento, almoçando, no restaurante do Hotel Brasil-Uruguai, quando chegam Perigoso, Mineiro, Caieira... E mais alguns.

O Paladino, no dia anterior, um domingo, tinha disputado uma pugna futebolística (como se dizia, então) em Quaraí, jogo duríssimo, pelo estadual de amadores. Em Livramento, iriam assistir, à tarde, uma disputa pela 2ª. Divisão (hoje, Série B) do Estadual, entre o Grêmio Santanense (que veste vermelho) e um Clube de Santa Cruz do Sul, parece-me que o Avenida.

Caieira estava interessado por um centro-avante (Vilmar) ainda não profissionalizado, que subira das bases e iria estrear no time da capital do fumo.

Incorporei-me à delegação de paladinenses para ver o atleta e, em segundo plano, o jogo.

O centro-avante prometia, era bom mesmo. Despontava no timinho de Santa Cruz. Caieira, após o jogo, foi falar com ele, acertando, de logo, sua transferência para Santa Rosa, ajustando inclusive os pagamentos de “luvas” (amadorismo marrom, como diriam as más línguas do Juventus e do Aliança).

Na volta do jogo, deparo-me com Leonor encantada ante uma vitrina, cujos manequins exibiam peles e uma “maravilhosa”, de gato montês suíço, legítima, mercadoria que, hoje, só se vê em Montevideo.

Leonor, à minha presença, atreveu-se, entrou e indagou o preço. Como não era ela que iria pagar, achou uma barbada, “teria que comprar de olhos fechados” (e guaiaca aberta).

Ponderei que precisava tempo para pensar. No dia seguinte, pela manhã, daria a resposta. No café da manhã, aparece-me Caieira, com um poncho de bichará recém comprado no El Bagual e expôs-me a situação:

– Doutor, tamos mal. O centro-avante só irá com nóis se receber as luvas, agora, no sufragrante... E vou le confessar : não tenho a grana toda... Não se assuste, mas falta muito...

– Cuê, pucha! Caieira... Isso é quase o preço do passe de Ivo Diogo, que agora foi para o Grêmio.

– Não podemo perder, doutor. Me dá um cheque e lá, em Santa Rosa, nóis acerta com o pessoal, cada um dá um pouco, e ta feito o carreto.

Não titubeei, quero dizer, titubeei, mas cedi, passei o cheque, justo quando Leonor chegava à mesa.

– Bom dia. Negócios a essa hora da manhã?

Caieira, solicitamente, esclareceu:

– Compramos um centro-avante, dona... Não fosse o doutor, aqui, teríamos perdido o craque... Esse é craque, le asseguro!

Leonor, até hoje, está usando as raposas e lontras de sempre, peles de muitos invernos. Gato montês suíço, nem pensar. Vilmar jogou onze meses no Paladino e, depois, foi para o Criciuma, S. Catarina... E nunca mais ouvi falar dele, tampouco de meu dinheiro. Como disse meu cunhado, Charles, também centro-avante do Paladino, de antanho, “um centro-avante, vale mais que um casacão. Ora se vale! Relevando a auto-afirmação, tem razão (embora Leonor deva discordar).

10 – CÉSAR, TAMBEM

Caieira estava jogando conversa fora com o Waldemar Santana, Joel Bragança, Paulo Madeira, Chassi Torto e outros habitues do Café Central, quando Silas o carteiro, com um telegrama:

– Quem é Arthur da Silva Ribas?

– Sou eu, seu criado.

– Estive em sua casa e Da. Elvira disse que o encontraria por aqui...

– E cá estou, para le servir.

– Tenho um telegrama para o senhor.

Caieira tomou o telegrama e apelou:

– Quem é quem caneta, aí? Passa recibo para o moço.

Joel, prontamente, assinou e devolveu o recibo para o carteiro.

Caieira, sem ler, botou o telegrama no bolso da camisa e dirigindo-se ao carteiro:

– Obrigado, moço.

À noite, no programa de esportes, da ZYZ-2, Caieira, entrevistado por Paulo Araújo, explica:

– Hoje, à tarde, recenzinha, recebi um telegrama de Plínio.

– Ué! O Plínio não está concentrado?

– Não. Foi ver a mamãe dele que está adoentada, lá por Catuípe... Não sei se é grave, mas ele telegrafou para dizer que está medindo todos os esforços para vir jogar...

– O Sr. está contando com ele?

– Claro, por que não? Ele é titular, chegará e vai jogar.

– Mas o Sr. não teme que ele possa estar abalado psicologicamente e, então, não renderá com qualidade?

– Bom, eu escalo... Se jogar bem ou mal é com ele... Eu lavo as mãos como César.

– É, César também lavava as mãos - concluiu, com sapiência e espírito, Paulo Araújo.