FLORESTA FUTEBOL CLUBE
O surgimento:
Segundo relata o escritor João Jayme
Araújo, no seu livro BAÚ DE RELIQUIAS – a bola não para, sobre o surgimento do
Floresta Futebol Clube. Houve, em Santa Rosa uma das mais
importantes empresas ligadas à comercialização da soja. Chamava-se Floresta
S.A.¹ e tinha como expoentes João Hoffmann e Leonísio Grando.
Importado como contabilista, aqui
chegou, vindo de Sant’Ana do Livramento,
Joel Itavernu
Barreto de Bragança², que
havia atuado no 14 de Julho.
Com sua sabida experiência, logo se
enturmou no Paladino e conseguiu ser um dos destaques. Jogava como ponta de lança ou de zagueiro
central.
Houve um pênalti a favor.
Se o gol fosse convertido o Paladino
alcançaria o título.
Os batedores oficiais eram Chico
Queiroz e Charles. Estes se entreolharam como a dizer - quem bate?
Joel agarrou a bola, colocou-a na
marca da cal, dizendo – é tudo comigo!
Desperdiçou a cobrança, o titulo não
veio e ele, para continuar jogando, formou o Floresta F.C. onde, os cobras eram
o próprio Joel, Carlinhos Hoffmann e Bernardo Elisalde, o Sargento Camanga.
No mesmo livro de João Jayme Araújo,
o jornalista da terra, Prêmio Esso de Jornalismo, Carlos Alberto Kolezca, que
hoje reside em Porto
Alegre, quando escreveu sobre o nosso futebol, definiu assim
o surgimento deste clube; “o Floresta, concebido entre montanhas de sacas de
feijão e milho, da firma atacadista do mesmo nome – era o Renner – de Santa
Rosa.”.
¹ A empresa Floresta S.A.,
localizava-se na esquina da Rua Julio Leopoldo
Rauber com a Rua Santa Rosa, próximo ao Colégio Salesiano Dom
Bosco. Posteriormente o imóvel foi
adquirido pela Cooperativa Mista São Luiz. No local hoje existe um depósito, garagens
e estacionamento da mesma.
² Joel Bragança, era natural de Santana do Livramento. Sempre que o 14
de Julho, daquela cidade, vinha a Santa Rosa disputar jogos, primeiro com o
Dínamo, depois com o Juventus, contatava com a delegação de sua cidade natal e
munido de várias fotos do seu acervo, vestindo o uniforme do 14, mostrava aos
atleta e dirigentes visitante e, vangloriava-se de seus feitos por lá. Tive a
oportunidade de testemunhar duas vezes este fato e constatar a felicidade do
Joel, naqueles momentos de nostalgia.
Jornal A Serra:
Com o objetivo de resgatar mais
dados sobre a existência do Floresta FC, assim como fizemos com outros clubes
de futebol da cidade, fomos consultar o arquivo do Jornal A Serra, no Museu
Municipal de Santa Rosa. Descobrimos que não teve vida efêmera. Usava uniforme
igual ao do Penharol de Montevidéu (amarelo e preto) e disputou os campeonatos
citadinos de 1952 e 1953, enfrentando o Paladino FC, o Juventus AC, o EC
Aliança e o Oriental FC do então distrito de Três de Maio.
No arquivo do referido jornal,
encontramos poucas referencias sobre o Floresta. Em 20 de abril de 1952,
disputou o Torneio Inicio, uma pratica da época, que antecedia o citadino,
jogando contra Paladino, Aliança, Juventus e Oriental. Em 14 de agosto do mesmo
ano, goleou o Aliança pelo placar de quatro a zero, jogo disputado no campo do
Regimento. Em quatro de dezembro, no final do primeiro turno e empatou com o
Juventus sem gols, mas perdendo na categoria de aspirantes por 3 a 1. Em 20 de novembro de 1953, sofre goleada por
cinco tentos a um, diante do Juventus, dando a este último o vice-campeonato
citadino. Em 20 de novembro do mesmo
ano, é derrotado pelo Paladino(2 a 3), no jogo em que estava a disputa da
liderança do campeonato citadino de 1953. Não encontramos registros
fotográficos.
Torcedora entrega o título:
Voltando aos relatos de João Jayme
Araújo em seu livro, narrando um episódio em que o Floresta foi protagonista
num embate decisivo contra o Juventus: Este
precisava de um determinado resultado, para obter o título. O ultimo
adversário, pelo carnê era o Floresta, como livre atirador. A partida já estava
nos acréscimos, ouviu-se um apito. O goleiro do Juventus abraçava-se, aos
demais defensores pela conquista. O jogador do Floresta, Bernado Elizalde, o
Camanga, desolado com o término do jogo, tendo a bola à sua frente, chutou para
a frente, com raiva. A pelota, caprichosamente, não mais tendo ninguém no golo
do Juventus, entrou na meta. O Juiz, – Troeto Sherer – que segundo ele, não
fora quem apitara, validou o gol e o titulo se foi para as cucuias. Soube-se, depois, que quem apitara,
inadvertidamente, fora uma torcedora do Juventus, que estava comodamente
sentada no pavilhão de madeira. Foi ela
a causadora desse desastre.
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