O santa-rosense Sony S. Welke nasceu em 30
de abril de 1950, é filho de Reinaldo Welke e Hertas Welke. Desde criança
gostou do futebol. Criado a beira do Rio Pessegueiro e a poucos metros do antigo
Estádio da Baixada do Pessegueiro, onde hoje, está sendo construída a nova
fábrica da Fratelli, na Avenida Borges de Medeiros. Entre uma braçada e outra
nos poços do riacho, frequentava a sala de aula e os campinhos da redondeza
para bater uma bolinha com a gurizada. Desde criança já se destacava e previa-se
um futuro como atleta.
Seu primeiro clube amador, em que começou a dar os primeiros passos para
chegar ao profissionalismo, foi no GE 1º de Maio da Vila Planalto e na A.A.
Real.
Vice-campeão estadual pelo EC Aliança em 1969. Sony é o último atleta agachado à esquerda da foto.
Em 1969, chegou a disputar o Campeonato Estadual Série Amarela, pelo EC
Aliança de Santa Rosa, quando o tricolor ficou com o vice-campeonato, perdendo o titulo para o
Brasil de Vacaria. Pelo bom futebol apresentado no amador, em 1977, foi para o
Elite Clube Desportivo de Santo Ângelo.
Na ASRE em 1973, o último agachado à esquerda.
Em 1973, foi contratado pela recém fundada ASRE – Associação
Santa-rosense de Esportes (fusão de Paladino, Aliança e Juventus), quando
organizou um plantel com base em atletas locais para disputar o campeonato gaúcho.
Então, Sony já começou a aparecer um futebol de muita técnica e qualidade. Além
de Sony, outros bons jogadores atuaram na ASRE: Lazarin, Franco, Tadeu Xavier,
Paulo Catisca, Capitão, Miguel Amaral, João Gilberto, Jacaré, Edorildo, Chico
Cappellari, Renato, Pedro Paulo, Aroldi, Irineu, Talvani, entre tantos outros.
No Palmeiras de Blumenau. Sony é o segundo em pé da esquerda para a direita.
Depois, em 1976, passou
pelo Juventude de Caxias do Sul/RS, Em 1977 chegou no Blumenau/SC, (primeiro no
Palmeiras local e depois no próprio Blumenau), onde, entre idas e vindas, permaneceu por quatro temporadas. No
Palmeiras jogou ao lado de Dito Cola, que foi ídolo no Coritiba. De lá, em
1979, chegou ao Marília/SP. Conta Sony, que a passagem pelo Marilia/SP, também
foi das melhores de sua carreira. Lá, chegou a jogar ao lado do arqueiro Zecão,
que havia atuado no Palmeiras/SP e Portuguesa/SP, do zagueiro Márcio Rossini,
que ao final do campeonato foi para o Santos, depois seleção brasileira e
Bangú. Outro atleta de destaque naquele ano no Marilia foi o Jorginho. Logo,
que terminou o campeonato, foi para o Palmeiras e também chegou à seleção. Mais
tarde jogou no Grêmio. Outro destaque foi Luís Silvio, ponta direita que foi
vendido para um clube europeu.
Sony no Marília. O Segundo em pé da esquerda para a direita.
O time base do Marilia era: Zecão: Valdir, Márcio
Rossini,Clodoaldo e Reinaldo: Sony, Nenê e Jorginho: Luis Silvio, Serginho e
Ferreira. Em 1980, voltou ao Blumenau, mas no mesmo ano foi requisitado
novamente pelo Marilia, pois, o clube
paulista não passava uma boa fase, prestes ao rebaixamento. Reforçado conseguiu
permanecer no campeonato.
Santo André, Campeão Paulista em 1981. A o lado do goleiro.
Em 1981, foi contratado pelo EC Santo André
de São Paulo( quatro temporadas). Segundo Sony, foi a melhor fase como jogador
de futebol, pois, em 1981, conseguiu o titulo de Campeão Paulista da Segunda
Divisão, muito comemorado pelos torcedores do Ramalhão. O campeonato era
integrado, segundo Sony, por mais de 70
clubes, divididos em chaves, em fases eliminatórias, que a disputa perdurou o
ano todo. A final foi uma disputa em três jogos contra o XV de Novembro de
Piracicaba, no Parque Antártica. Os dois primeiros jogos deram empate: 1 a 1.
Sony lembra que nestas duas partidas atuou de zagueiro, pois titular e reserva
estavam lesionados. Na falta, prontificou-se ao técnico para atuar na posição.
O jogo derradeiro foi em dezembro quando vencemos o XV, pelo placar de 3 a 1. No
time campeão, jogava o Lance, que era centro avante do Corinthians e depois no
Santo André, além de outros, como Radar que veio do Flamengo do Rio, que se destacaram no futebol brasileiro por
outros clubes.
Equipe do Santo André Campeão Paulista da Segundona em 1981.
Os jogos finais: - Primeiro jogo, em
25/novembro/81 - Santo André 1 X 1 XV De
Piracicaba. Local: Parque Antártica (São Paulo); Juiz: Jose de Assis Aragão; Renda: Cr$ 3 874
500,00; Público: 16 231; Gols: Lance 33 do 1.° e Brandão 7 do 2.°;
Cartão amarelo: Fernandinho, Brandão e Ailton. Santo André: Tonho, Zé Carlos,
Soni, Rubão e Dodô; Fernandinho, Arnaldo e Bona (Radar, 33 do 2.°); Paulo
Borges, Lance e Rubens (Da Silva, 16 do 2.°). Técnico: Sebastião Lapola. XV de
Piracicaba: Pizeli, Alã, Aílton, China e Alcir; Vadinho, Rogério e Zezinho;
Serginho, Oriel e Brandão (Tarugo, 35 do 2.°). Técnico: Dema. O segundo jogo,
foi em 28/novembro/81 XV de Piracicaba 1 X 1 Santo André - Local: Parque Antártica (São Paulo); Juiz: Jose de Assis Aragão; Renda: Cr$ 5 313 300,00; Público: 23 805; Gols: Arnaldo 12 e Brandão 30 do 1.°; Cartão
amarelo: China, Oriel e Arnaldo; Expulsão: Alcir 35 do 1.°, Eduardo e Bona 40
do 2.° XV de Piracicaba: Pizeli, Alã, Aílton, China e Alcir; Vadinho, Rogério e
Zezinho; Serginho (Eduardo, 39 do 2.°), Oriel e Brandão. Técnico: Dema Santo
André: Tonho, Zé Carlos, Soni, Rubão e Dodô; Fernandinho (Bona, intervalo),
Arnaldo e Piorra (Rubens, 29 do 2.°); Paulo Borges, Lance e Da Silva. Técnico:
Sebastião Lapola
Na terça-feira seguinte aconteceu o terceiro jogo e o XV de Piracicaba, caso haveria prorrogação e terminada empatada, seria
declarado vencedor,mas o Santo André foi o vitorioso.
A decisão - ultima partida: Santo André 3 X 1 XV de Piracicaba Local: Parque Antártica (São Paulo); Juiz: Oscar Scolfaro; Renda: Cr$ 3 868 400,00; Público: 16
225; Gols: Paulo Borges 7 do 1.0; Rubão
7. Radar 26 e Vadinho 41 do 2.°; Cartão
amarelo: Paulo Borges, China e Radar Santo André: Tonho. Zé Carlos, Tutu. Rubão
e Dodô; Soni, Arnaldo e Piorra; Paulo Borges (Radar. 21 do 2.°). Lance
(Freitas, 14 do 2.°) e Da Silva. Técnico: Sebastião Lapola XV de Piracicaba:
Pizeli. Alã. Ailton Luis. China e Ademir (Carlos. Intervalo); Vadinho. Rogério
e Zezinho; Serginho (Tarugo. 10 do 2.°), Oriel e Brandão. Técnico: Dema.
Dentre os treinadores que trabalhou, Sony
destaca Jair Picerni, que trabalhou em grandes clubes, bem como Sebastião
Lapola e José Carlos Fescina (todos no Santo André). Também destaca Urubatan dos Santos (foi
atleta e treinador do Santos FC) com quem trabalhou.
No ano de 1985 voltou ao Blumenau, onde
permaneceu por duas temporadas., encerrando sua carreira como atleta
profissional. Sony tem orgulho de dizer que sempre foi destaque nos times que
trabalhou.
Indagado sobre os gols que marcou, nos
disse que em função de sua posição tática no
campo, primeiro como meia-direita
e que em São Paulo,
passou a atuar como médio-volante fez poucos gols, mas lembra de um anotado
para o Santo André. Conforme depoimento de Sony o jogo foi em casa, no
Ramalhão, mas muito complicado. O
adversário era o São Bento de Sorocaba e precisávamos da vitoria. Tive muita
felicidade, pois num chute muito forte de fora da área fiz o único gol. Foi só
um a zero, mas nos deu a vitória, que foi muito comemorada pelo time e torcida.
Perguntado se tinha preferência, como
torcedor, por algum clube gaúcho, disse
que não, que como ex-jogador de futebol, não tinha essa pretensão. Apenas deseja
sorte para ambos, para que desempenhem uma boa campanha nos campeonatos que
disputam.
Das lembranças de quando atuava em Santa Rosa, nos revela
de sua admiração pela organização do EC Aliança, quando lá atuava. Chegou a ser
vice-campeão estatal pelo tricolor da Praça Berlim, no ano de 1969. Em 1959, o
Aliança, já havia conquistado o titulo de campeão estadual, jogando a ultima
partida em Tenente Portela. Era
um clube amador, mas com estrutura de profissional. O atleta era bem tratado e
o clube dava todas as condições de trabalho para nós, além de prestar
assistência também às famílias dos atletas.
Atuou também, quando serviu o exercito
brasileiro, em Santa Rosa,
pela seleção regional, que disputavam campeonatos militares no sul do Brasil.
No time do Exército Brasileiro em Santa Rosa. O segundo agachado da esquerda para a direita.
Foi campeão regional militar, ganhado a
final da guarnição de São Borja, onde no time da fronteira despontava Cassiá,
Aguiar, Ciro, Canega, entre outros, que mais tarde foram profissionais.
Segundo desportistas que viram Sony atuar,
relatam que era um jogador técnico e que sabia conduzir a bola com os dois pés
sempre para frente para frente. Foi um dos melhores atletas do futebol que a
cidade produziu.
Em 1990, retornou a sua terra natal, Santa
Rosa. Logo após sua chegada foi convidado para trabalhar no Dínamo FC, onde fez
parte da comissão técnica como auxiliar, em 1991, quando o alvinegro subiu para
a Primeira Divisão do futebol gaúcho. Também fez parte da comissão técnica do
Juventus AC.
Perguntado se tem saudade dos bons tempos
de atleta, nos relata que sim, mas foi uma fase da vida, tudo ficou no passado.
E, diz mais: os atletas devem estar preparados emocional e psicologicamente,
para quando chegar a hora de pendurarem as chuteiras, pois uma nova fase da
vida começa, agora longe dos campos, da torcida, da imprensa. Fica a historia e
o legado que deixou, nos clubes que passou.
Atualmente, Sony vive tranquilo, junto a
seus familiares e amigos na sua terra natal.
Mais fotos:
ASRE
ASRE
ASRE
ASRE: (?), Vitorino Carazzo e Sony.
ASRE; Morron, Catisca e Sony.
BRUSQUE
No Juventude de Caxias do Sul.
Muito boa a reportagem sobre o Sony.
ResponderExcluirParabéns, professor; alguém tem que fazer; contamos sempre contigo.
Abração.
Milton Schwerz
Bom dia! Meu nome é Alexandre e faço parte de um grupo de torcedores do Santo André que busca resgatar e preservar a história do Ramalhão. Gostaria muito de conversar com o Soni para uma entrevista para nosso site (www.ramalhonautas.com.br ). Como posso conseguir o contato dele?
ResponderExcluirObrigado!
Alexandre
Alexandre: Me repassa o teu e-mail para te envia o telefone e endereço do Soni. Ele reside em Santa Rosa/RS. sua terra natal.
ExcluirOpa! Desculpe, não havia visto que minha mensagem tinha sido respondida! Meu email é ale.bachega@gmail.com
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSou de Americana-SP e em 1982 o Soni disputou o campeonato paulista da segunda divisão pelo Rio Branco Esporte Clube, aqui da cidade, juntamente com o Tutu e o Dodô que também vieram do time campeão do Santo André no ano anterior (1981)
ResponderExcluirNa minha opinião foi o melhor volante (camisa 05) que o Rio Branco já teve
Esse time foi eliminado na semifinal e deixou escapar o título, pois era o melhor time daquele ano
Obrigado Soni