
5 . MARÇAL
No início dos anos 50, o Internacional de São Borja era dos clubes com maior destaque no interior do Estado. Atuava em seu gramado que levava o nome do eterno presidente Cel. Serafim Dorneles Vargas.
9 . GRÊMIO SANTO ANGELENSE E PALADINO
Ontem: A velha Baixada, ao fundo o pórtico, de madeira (como todo estádio), com as bandeiras em domingo de jogo.
Hoje: o terreno da antiga Baixada ao lado do Rio Pessegueiro, sendo aterrado para instalação de uma fábrica.
Deixemos elucubrações de lado e fixemo-nos no velho CAMPO DO PESSEGUEIRO.
Assisti ai, defesas monumentais de goleiros como ARI, do Paladino que tinha a peculiaridade de em vez de encaixar um chute forte, responder com um soco com as duas mãos fechadas, para a frente, na bola, como a dizer ao atacante: - Chuta de novo.
O Guaiquíca, vindo de Santo Ângelo, arqueiro espetáculo que, para ganhar a vida instalou-se com Sapataria em uma das dependências que serviram para hospedagem no velho Hotel Joner, já desativado.
O Neter, surgido no Ipiranga, jogava de fardamento branco e era louco por ser o protagonista da pugna.
O Julio Andrade longevo, sóbrio, mas bom arqueiro.
O Paulo Araujo que imitando Sergio Moacir Torres, guarda-valas do Grêmio, saia um pouco paro o lado para ia ao encontro da bola, fazendo a chamada ponte,
Mas o melhor de todos? – Sabiá. Humilde, quietão, jogando como se estivesse pescando ou pintando paredes..
Dos zagueiros, direito, central ou de espera, destacaram-se, dando balão para o lado do qual a bola vinha, Hilário Zenni e Jacob Louco.
A zaga mais consistente no Paladino e no Aliança, foi dos irmãos Decio e Nique.
Como laterais direito, dignos de menção pelo arrojo, coragem e mordendo todas Pinga e Napoleão.
Na meia-cancha vem-me a lembrança o Prof. Albino e Careca, ambos center halfs do Juventus.
E no ataque muitos destaques, despontando como “primus inter pares”, Penicilina que iniciou como Fritz num campinho de várzea e aqui só ficou por fazer ouvidos de mercador ignorando o canto de sereia que sempre chegava aos seus ouvidos.
Alguns outros que lhe seguiram como Heitor Lotario Saffi seu primeiro meia- direita.
Decinho dos maiores dribladores e jogando sempre para a frente, em direção ao gol adversário.
Alceu Mallmann que despontou como craque no Renner, o Papão de 1954.
Charkes e Noly Joner. Charles destacado ponta-direita e depois como centroavante, com rara velocidade e senso de oportunismo.
Noly, conhecido e reconhecido como o homem da virada, o que fazia com perfeição, seguindo o exemplo que Luiz Carvalho do Grêmio que imortalizou essa jogada.
Pela ponta esquerda Koplin o homem do chute mais forte que a memória me traz, tal como o fazia Jair da Rosa Pinto no Vasco e na seleção brasileira.
O mais técnico, craque é, para mim o Plínio Tonel.
A SELEÇÃO DA MEMORIA: Sabiá, Decio e Nique. Napoleão, Careca e Pinga. Lotario Saffi, Decinho, Penicilina, (Charles), Alceu (Noly) e Plínio(Koplin).
Quando era difícil estender fios, via poste, servia-nos com o seu ”potente” transmissor.
Por ocasião da inauguração do Estádio Carlos Denardin, no jogo seleção local versus Grêmio, o narrador da rádio Gaucha, Sérgio Morais, teve de pedir para que a potência fosse reduzida, pois, pela propagação do som, sua emissora não estava conseguindo conectar com Porto Alegre e a transmissão, não poderia ser realizada ou seria prejudicada.
2 – ERNANI KOTLINSKI
Ernani Kotlinski, foi um dos zagueiros que jogaram por mais tempo no Paladino. Seus pais moravam em Sobradinho, ele estudava em Porto Alegre e consta que fazia parte da equipe juvenil do Grêmio. Vindo de férias a Santa Rosa, onde morava sua avó e primos arrumaram um jogo contra o Operário, para que este demonstrasse as suas decantadas virtudes. Ainda no inicio do jogo – NANINHO - meteu-se numa confusão com ERASMO, foi expulso e sua avó só faltou mandá-lo de volta à origem.
Gremista fanático de ir a treinos, depois de uns tempos aqui, onde nasceram seus filhos, voltou a Porto Alegre. Assistindo a um jogo do Grêmio, sofreu um enfarto morrendo ali mesmo, nas sociais, como, certamente, seria seu desejo.
Sua mulher ANÍ, lamentava: Acabou junto ao amor que devotava ao clube, passando-me para trás.
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