segunda-feira, junho 03, 2013

Memórias...


MUSEU DO ESPORTE
 
Há poucos dias estive visitando o desportista Luiz Fernando Rabuske, atual Secretário de Esportes do município. Trocamos  ideias sobre o futebol da cidade. A necessidade de novas praças de esportes nas vilas e bairros, campos de futebol e ginásios cobertos. Ideias muitas, mas esbarram nos recursos, limitados. Mas, há boa vontade e trabalho e isto é que importa.
Bem, durante o bate-papo, aventamos a possibilidade de criar na cidade uma espécie do museu do esporte. Ressentimos da ausência  de locais físicos apropriados para tal. Comentou-se numa alternativa mais viável: um museu virtual, o que dispensaria um local físico. Material histórico há em abundância. É só recorrer na sua busca e catalogá-los.
Existe enorme interesse do Secretário para que isto se concretize. Atenção, Milton Schwerz(Giruá), João Jayme(Porto Alegre), Geraldo da Rosa(João Pessoa, capital da  Paraíba), todos distantes daqui mas que aqui  fizeram história no futebol da cidade devem estar torcendo com a ideia.  Foto: www.jornalnoroeste.com.br 


Câmara de Vereadores I

A vereadora Lires Zimmernann (PP), indicou ao Executivo Municipal, em sessão ordinária da Câmara de Vereadores, através do órgão competente, que seja criado um Museu do Esporte em Santa Rosa.
Em sua justificativa, disse que “Santa Rosa possui diversos atletas multicampeões, nascidos na cidade e também nas proximidades, tais como Taffarel,  Argel,  Roberto Gaúcho,  Paulo Turra, Darci, Urnau, entre outros. O Museu poderia ser construído no Estádio Carlos Denardin e  que além de expor reportagens, artigos  e objetos ligados aos atletas conhecidos a nível nacional e também mundial, o museu poderia abrigar material referente aos atletas e ao esporte que marcou época em Santa Rosa e região, incluindo os jogos da USES”.
Além dos atletas que fizeram história, há também muitos clubes que representaram e ainda representam a cidade em competições diversas, cuja memória deve ser preservada.

Câmara de Vereadores II

A Câmara de Vereadores  aprovou por unanimidade lei que disciplina a relação das entidades esportivas contempladas com auxílio para o transporte. A Prefeitura repassa o recurso para a entidade, que trata diretamente o transporte com a empresa. A lei exige que a associação, para se habilitar ao recurso, deve estar legalmente constituída e em dia com o órgão publico. Neste exercício de 2013, deverá ser investido cerca de R$ 90 mil e no próximo ano R$ 200 mil estará projetado para o auxílio de transporte para as entidades desportivas do município.

Juventus e o Salonismo

Fui presenteado pelo Secretário de Esportes, um DVD com gravação de imagens do clássico Juventus AC e SER Concórdia, que no ano de 1986, disputavam o clássico JUCON.  As imagens foram cedidas pelo desportista Joça Cappellari. Alias a família Cappellari se confunde com a história do salonismo juventino, assim como as famílias Moroni e Lorenz.
Como sabemos o Juventus iniciou suas atividades no futebol de Salão, assim que essa pratica esportiva era denominado na época, com regras próprias, muito diferentes das regras do futsal atual. Por exemplo: o goleiro não podia sair de sua área; gol feito de dentro da área não era validado; os arremessos laterais e os escanteios eram alçados para a quadra com as mãos; a bola podia ser recuada para o arqueiro; a regra proibia também o goleiro de ameaçar por mais de uma vez o lançamento da bola para o jogo; se o goleiro, de posse da bola lançasse a mesma para além da risca divisória da quadra, a bola era revertida para o goleiro adversário. Enfim, eram algumas das regras.(Saiba mais...)
O Juventus iniciou suas atividades suas atividades salonistas em 1979, com um grupo prata da casa, com Renato Scalco, Franja, Luizinho no gol, mais os irmãos Babá e Heinz, Chico Faco, Chico Tim, Alfredo Moroni, Bide Moroni entre outros, treinados por  Edgar Massotti. O clube era presidido por Volmir Joner da Silveira até 1984. Em 1985, assumiu Ervino Krieser e em 1986, Valdir S. da Silva, quando cessou as atividades no salonismo. Nesse período o Juventus construiu através de suas campanhas vitoriosas, uma bela  história no salonismo gaúcho.

SER Concórdia

Após anos de atividade no clube, atletas como Renato e Adônis deixaram o Juventus e foram atuar por  uma equipe de Horizontina. Em 1986, o clube Concórdia abre suas portas para este esporte coletivo e leva praticamente todo o plantel principal do Juventus. Lá foram: Renato, Babá, Chico Faço, Chico Tim, Adônis, Toninho, que se reforçou ainda com atletas de fora como Leivinha, Velasques, Carlos entre outros, formando um grande e qualificado grupo. Levou também o técnico Argemiro Kreibich. Para o Juventus sobrou um grupo de jogadores embora qualificados, mas com pouca experiência: Beccon, Rafael Moroni e Polla no gol, mais Beto Cappellari, Gian Mazzoco, Joãozinho Moroni, Rufino, Alemãozinho, Tido e Dido, que se somara aos remanescentes e experientes, Alfredo Moroni e Bide Moroni. Para comandar a gurizada Joaquim Massotti que mais tarde foi substituído por Luiz Cappellari. O compromisso era jogar um futebol bonito, respeitando mas não temendo os adversários. E foi o que aconteceu.

Clássico JUCON

Com a entrada dos dois clubes nos campeonatos oficiais do estado, os encontros foram inevitáveis. Surgiu o JUCON (Juventus x Concórdia).
Assistindo ao DVD com  imagens cedidas pelo desportista Joça Cappellari, aliás, a família Cappellari se confunde com a história do salonismo juventino, assim como as famílias Moroni e Lorenz, veio a memória os anos 1980, principalmente o ano 1986. Assisti atentamente, com ar de saudosismo, o primeiro clássico JUCON.
E, o Juventus fez bonito. Nos  quatro disputados os juventinos venceram duas ( 3 a 1 na estreia e 2 a1), empatou um(1 x 1) e foram derrotados apenas uma vez (0 a 5). O primeiro foi disputado pela Copa Governador do Estado. Carlos abriu a contagem para o adversário, mas Gian e Joãozinho viraram na primeira e tapa e Beto ampliou na segunda fase. O Juventus ganhou com: Beccon; Beto Cappellari, Gian, Alfredo Moroni e Joãozinho Moroni. O Concórdia perdeu seu segundo clássico com: Renato; Toninho, Carlos, Chico Tim e Adônis. No segundo clássico, na vitória de 2 a 1, de virada, conquistou o titulo do turno.
Embora tenha feito uma boa campanha na fase inicial, o Juventus não conseguiu dar sequencia  a boa fase e então foi eliminado da competição. O Concórdia deu sequencia ao campeonato.

Resumo da campanha de 1986

No ano, o Juventus disputou 24 jogos, sendo que obteve  16 vitórias, 3 empates e 5 derrotas. Marcou 70 vezes e sofreu 42 gols. Os goleadores: Alfredo Moroni  com 27, Beto Cappelari com  12, Gian com 10, Tito com 8, Bidê com 6 e dois por WO e mais 5 contra,  portanto chegando as redes adversária por 70 vezes. Mesmo assim, não foi suficiente para dar continuidade na competição

Luto

O mês de julho de do ano de 1986 foi muito triste para os juventinos. Faleceu tragicamente o atleta João Batista Moroni. Quando retornava à capital para dar sequencia aos treinamentos junto à seleção de juniores, o qual integrava foi vitimado por um acidente. O mesmo, acompanhado de sua namorada, deixou a rodoviária da capital num taxi e na esquina das ruas Garibaldi e Osvaldo Aranha, o veiculo chocou-se contra um ônibus. O choque foi violento que ambos  faleceram no local do acidente. Joãozinho, como era conhecido no meio desportivo, era um atleta jovem e promissor. Em Santa Rosa, atuava no Juventus e no futebol de campo com o Palmeira do Bairro Gloria e Ipiranga do Bairro Sulina, tendo em 1982, iniciado sua carreira como atleta do CEBEM, onde foi campeão estadual.
Joãozinho deixou uma leva muito grande de amigos. Sua morte deixou a cidade em estado de choque. Em sua homenagem, o ginásio de esportes, em frente a praça Independência, por Lei Municipal, recebe seu nome: Ginásio Municipal João Batista Moroni. Neste local eram disputados a maioria dos jogos do Juventus.

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