FATOS & FOTOS ANTIGAS - PARTE V
Olá! Estamos voltando com as historinhas inéditas do nosso futebol. O nosso contador, Sr. Jayme, possui um enorme repertório, digamos assim, de fatos em que estão registrados em sua memória e que estão sendo escritas e que a conta gotas, estamos divulgando neste blog.

1 . Do Campinho da Igreja
Alguns atletas, como Penicilina, Lothar, Jayme e Paulo, ensaiaram seus primeiros passos, no futebol, num campinho que havia ao lado da Igreja Luterana, quase na esquina da Avenida Santa Cruz, com a rua Cruz Alta, hoje Fernando Ferrari.
Com o passar dos tempos dois deles foram parar no Juventus, um, no Aliança, Penicilina e, outro, no Paladino.
Quando se encontraram pela primeira vez, por seus times- dois desses - a um faltava experiência e o outro era metido a malandro. Driblou o zagueiro varias vezes, junto ao canto do escanteio. Sofreu, como pena, ser sacado de campo, pelo seu treinador.
Depois desse episódio, o centro avante jamais ganhou uma jogada que fosse, quando marcado por esse zagueiro.

Na foto Lothar (Patrola) junto com Airton, zagueiro do Grêmio, num amistoso em Santa Rosa.
2 . MAIS UMA DO SEU ZECA
O nosso personagem, não sendo da terra, tinha por habito assar um churrasquinho, nos domingos. Conta um neto seu que sempre o ajudava nessa lida, ter perguntado uma vez: - Vovô! Quanto tempo leva para que o churrasco esteja pronto?
Ao que o avô respondeu, já sorvendo uma caipirinha:
- Quando eu terminar toda a Invencível (cachaça fabricada na cidade).
Diz o neto que o avô se passava do ponto, às vezes, deixando a carne queimar, ia dormir não participando do almoço!
3 . Décinho
Esse nome, no diminutivo, deve causar pouco interesse. Mas se dissermos de quem se trata os saudosistas lembrar-se-ão de um dos maiores jogadores, por aqui nascidos e que, por essas coisas da vida, nunca aceitou um convite para jogar fora.
Jamais abandonou a querência. Apareceu, se bem me lembro, no Duque, um time formado por militares. Assim que esse fechou, foi convencido por Severino Grechi a defender as cores do Juventus. Daí foi para o Paladino, quando lhe conseguiram um emprego na Companhia Estadual de Energia Elétrica. Atuou, ainda, no A
liança, por vários anos, conquistando,dentre outros, o titulo de heptacampeão citadino.
4 . NEY SILVA
Entre 1951 a 1960 veio trabalhar em Santa Rosa, como integrante dos quadros da Policia Civil, cuja Delegacia ficava nos fundos da Prefeitura Municipal, junto à Avenida Rio Branco, um cidadão, muito distinto, jovem que tinha o nome de Ney Silva.
Constava, mas não se sabia ao certo, que jogara no Esportivo de Bento Gonçalves.
Estreou, como ponta esquerda no Paladino e revelou-se um dos jogadores mais completos que a cidade já vira.
Foi transferido para Pelotas e lá atuou, na mesma posição, pelo Farroupilha, integrando o time que conseguiu ser vice-campeão estadual, em 1959, formando num ataque dos mais efetivos do futebol gaúcho.
5- ASPIRANTE A TITULAR
Certa feita o Paladino foi a Cerro Largo, para enfrentar ao Aurora F. C.
Fez parte da delegação, como convidado de um tio seu, que era presidente, um moleque que tinha uns 10 anos. Recebera antes, de presente, de um primo que jogava no time, uma camiseta listrada, vermelha e branca. Antevendo a possibilidade de alguns atletas se lesionarem e de o clube ficar sem numero suficiente foi previdente: por baixo da camisa normal, vestira a camiseta referida, para atuar no caso de precisarem.
6. CAMPO DO AURORA
Na qualidade de torcedor do Paladino fiz parte de uma excursão, quando este clube e o Aurora travavam duelos memoráveis. Para minha surpresa, o campo (?) era numa praça, numa elevada, no centro da cidade, defronte à igreja e junto a um seminário. Como essas quadras tem, normalmente, 100x100m, sobrava pouco espaço para o terreno, de terra, como diz o nome. Ficava situado no alto, havendo desnível, principalmente, nas laterais. Se a bola por aí saia era necessário o auxilio de um transeunte para devolvê-la para o jogo.
7 - REFUGIADO POLÍTICO
Como o Kolecza nos reveloum tivemos em Santa Rosa, um refugiado político, que jogou, com destaque no Paladino. Seu nome ALBERTO SAMANIEGO. Conhecido pela alcunha de Paraguaio. Apareceu e Santa Rosa em fins da década de 40, foragido.
Havia se envolvido numa encrenca política, cabeluda. Um golpe de estado sob as ordens de ALFREDO STROSSNER, amigo de infância na cidade de Encarnacion e seu Tenente na Guerra do Chaco (contra a Bolívia).
Quando Strossner tomou o poder em 1955, mandou chamá-lo e deu-lhe o posto de Primeiro Sargento.
Com a família se foi para lá, mas deu-se mal.
A disciplina era rigorosa demais para quem já gostava de uns tragos a mais.
Voltou para os pinceis e broxas, em Santa Rosa.
8 - O ZAGUEIRO CLAUDIO
Quando o Cap. Teté estava como treinador do Nacional Futebol Clube da Chácara das Camélias, em Porto Alegre, foi providenciada a vinda de vários jogadores do Flamengo, dentre esses CLAUDIO que veio junto com craques que depois foram destaque no Inter, como Florindo,Luizinho e Bodinho.
Depois de atuar pelo Nacional – o ferrinho – transferiu-se para Santa Maria e integrou o Interzinho. Tempos depois, já como funcionário dos Correios e Telégrafos, foi-lhe arrumada colocação em Santa Rosa, para jogar no Paladino, o que fez com muito destaque. Era um jogador alto, delgado, excelente zagueiro, tendo igual desempenho como centro avante.
9 - A família Araújo, sempre esteve envolvida com o Juventus.

Há um, CEOBIS JOSÉ ARAUJO, que, tendo vindo muito jovem, para estudar em Porto Alegre e por estar o Juventus licenciado não teve ocasião de nele atuar.
Em Porto Alegre exibia-se no time do aterro, atual Parque Marinha do Brasil, onde, arrancando pela esquerda dizia: - lá vai Lumumba!
Jogou por vários times de futebol de salão, dos quais muito se orgulha. Juntamente, com Beiço, Aramis e Neto dentre outros, diz ter feito parte da melhor equipe de Futsal da terrinha nos anos 60.
Sendo oficial R/2 em estagio, atou no Alvorada integrado por subalternos seus.
Mesmo não tendo “ficha” na Federação, conta, dentre suas façanhas no futebol:
Fez parte do Big Boys, time de férias dos estudantes da cidade, que jogavam por cervejas. Isto ocorreu em Panambi, onde foram recebidos pelo conterrâneo Ivar Ruzarin.
A convite de Alceu Malman, então oficial distrital, foram disputar nos penaltys o resultado de uma competição, em Mauricio Cardoso. Diz que já havia anoitecido e os holofotes de dois fucas, serviram para clarear a goleira, a fim de possibilitar a decisão por penalidade máxima!
A historida é confirmada por Mauro Schneider que diz nela ter atuado e inclusive cobrado penalty.
10 . IRMÃOS MEDEIROS
Vendo a presença do Engo, em foto na equipe titular do Sepé Tiarajú, lembrei-me do tempo em que enfrentávamos o time dos irmãos Medeiros, num campinho junto ao Pessegueirinho, onde penso, seja hoje, o campo do Palmeiras.
Havia alem dos irmãos um amigo criado entre eles que atendia pelo apelido de Sapo. Do nosso time faziam parte, dos que me lembro, Adroaldo Liberalli, Orly Brito Vieira, Alberto Christensen e Jayme Araujo.
O Sapo “dava pau” e quando alguém olhava atravessado dizia: - vá pra o outro lado: comigo aqui tu não pega cria!
Vejo com alegria que o Dininho, foi presidente, o Aldo dirigente e o Engo titular do SEPÉ TIRAJÚ.
Voltaremos com novas histórias.