ALCEU
MEDEIROS
Nasci em Santa Rosa/RS., no ano de 1941, filho de Paulino Medeiros e Dorcina Portinho Medeiros. Tive o apelido de Tigrinho. Sou formado em Direito e cursei dois anos de Economia.
ao mesmo tempo muito boa. Difícil
porque a gente não tinha calçados para usar. O primeiro calçado que usei se
chamava alpargatas. Muito boa (a vida), porque tinha um riacho perto da minha
casa (o rio Pessegueirinho), que quando transbordava, enchia à várzea de peixes
e bastava pegá-los no tapa (traíras, jundiás e muitos lambaris). Também, tinha
um campinho de futebol onde se jogava de pés no chão. O problema é que tinha um
pé de tuna atrás de uma goleira e quando a bola chegava lá, furava. O pé de
tuna (perto da casa do Raul Meneguini, o xerifão da área do Aliança) também é
chamado de cacto. O mais divertido é que tinha um canal de água perto de casa,
para impulsionar uma roda gigante, de um curtume de couros (do Fenner) e a
gente se largava no canal, até bem pertinho da roda e antes de chegar nela, a
gente se agarrava numa trava que tinha bem no final e voltava pelo canal, mesmo
para repetir a proeza. Hoje, chamam isso
de esportes radicais. Depois, o pai que trabalhava no curtume, se mudou para
a Rua Caxias, bem ali onde a polícia matou o Pala Branca, o Robin Hood missioneiro. A cruz, que assinalava o
local da morte do Pala Branca, ficava
bem defronte à casinha, (sabe aquela onde antigamente a gente fazia as
necessidades) e de noite, era um problema para gente ir até lá..., pois ficava
(a cruz) na cara da gente. Uma vez, meu pai ficou cheio da situação e jogou um
punhado de bolitas (bolas de gude) na tal de casinha e eu não tive dúvidas.
Enterrei-me até os joelhos e catei uma por uma das minhas bolitas. Fiquei
cheirando mal por uma semana. O bom era que a gente só tomava banho uma vez por
semana, naqueles chuveiros improvisados, ou seja, uma lata de querosene que a
gente enchia de água fria e depois botava água quente. A operação era muito
cansativa, daí a razão de tomar só um banho por semana. Bola, a gente jogava
sábado de manhã e de tarde e ainda domingo pela manhã, no tal campinho das
tunas ou então no estádio do Pessegueiro, lá perto do cemitério. Sempre tinhas
uns torneios. A bola era de tento e tinha que ser cheia com um bico próprio e
uma bomba de encher pneu de bicicleta. As chuteiras eram de bico duro. Valia
tudo nesses jogos, menos xingar a mãe
do outro. Depois, veio o Sepé Tiaraju, time de pobres, dos pés no chão. Os
times que existiam em Santa Rosa, eram dos engomados
e não deixavam nem a gente treinar. A maior alegria foi o dia em que o Sepé
ganhou um campeonato citadino em cima do bicho papão, que se chamava Aliança. O
Meneguini não se conforma até hoje e diz que a gente comprou o juiz daquele
jogo. Bobagem. Choro de perdedor é assim
mesmo. À noite houve um baile na sede do Sepé e quebrou o maior pau entre os
associados, pois tinha muitos jogadores do EC Aliança (e também do Paladino), que eram associados
do Sepé e não gostaram das flautas.
Torcia pelo Paladino, porém sempre joguei no Sepé, onde a gente era meio
jogador e meio dirigente. A diretoria do Sepé era constituída, quase só de
Medeiros (Aldo Medeiros, Engo Medeiros, Dino Medeiros e Alceu Medeiros. Eu, por
exemplo, jogava com um olho na pelota e com o outro na bilheteria, caso
contrário sobrava pra eu pagar tudo. Sou torcedor do Sport Clube Internacional, é claro, campeão de tudo.
Aposentado da Secretaria da Fazenda do Estado, desde 1989, depois a gente virou
operador do Direito (advogado).
Minha atividade esportiva, hoje, é só na arquibancada (quando joga o
Esportivo) e depois torcedor fanático defronte da TV, quando joga o Inter ou o
Grêmio (secando).
Fui dirigente só do Sepé Tiaraju. Depois disso, nunca mais. Valeu a
lição. Maior feito: contratei o Paulinho Araujo, como treinador, depois que ele
saiu do Grêmio, onde foi preparador físico.
Foto 01 - Com a esposa Vera e a filha Maria Eduarda na colação de grau em Direito, na UCS, da Vera.
Foto 02 - Com o uniforme do Grêmio Esportivo Sepé Tiarajú de Santa Rosa.
Colaboração de João Jayme Araujo/POA.
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