No dia 21 de julho próximo o Paladino Futebol Clube comemorará 70 anos. Em colaboração com o editor de esportes Fernando Kronbrauer, estaremos a partir de hoje publicando uma série de quatro matérias sobre o clube.
PALADINO 70 ANOS
PARTE I
Fundação
Com o desaparecimento do
Uruguai F. B. C. (fundado em 1925), não haviam times de futebol na cidade de
Santa Rosa. Foi quando chegou à cidade, vindo de Gravataí, Waldemar Simeão, que
ficara lotado na Delegacia de Polícia. Juntou-se ao Senhor Norberto Moré,
juntamente com os filhos deste, Dino e Arnildo, fundou em 21 de julho de 1946,
o Paladino Futebol Clube, mesmo nome do clube que ele atuava em Gravataí,
escolhendo como cores o vermelho e o branco.
Passada a fundação
elegeu-se a primeira Diretoria que ficou assim constituída: Presidente:
Norberto Moré; Vice-presidente: Alberto Samaniego (Paraguaio); 1º Secretario:
Reneu Steffen; 2º Secretário: Jacob Mander; 1º Tesoureiro: Alfredo Moré: 2º
Tesoureiro: Valdemar Simeão.
Jogos
O Paladino iniciou suas
disputas com jogos no Estádio da Baixada do Pessegueiro, onde está hoje
localizada a Fratelli (a fábrica nova). Em 1955, uma enchente destrói a Baixada
e os jogos passaram para o campo do Exército. Com a construção do Estádio
Carlos Denardin, os jogos passaram a ser disputados no estádio, onde eram
realizados amistosos contra o Oriental de Três de Maio, Aurora de Cerro Largo,
Grêmio e Elite de Santo Ângelo, dentre outros.
Rivalidade
Em 1952, nasce seu maior
rival, o E.C. Aliança. Nas décadas dos anos 1950 e 1960 disputaram clássicos
memoráveis, conhecido como AL-PAL, sempre com casa cheia e com torcidas
inflamadas, originando uma grande rivalidade entre os dois clubes. O que gerava grandes discussões entre os
torcedores, para definir quem era o melhor.
Sendo o ponto de encontro o Café
Central, na Avenida Rio Branco, que além do futebol discutiam política e outros
acontecimentos da cidade.
Campeonato Citadino
Nas décadas de 1950 e
1960 era disputadíssimo o Campeonato Citadino em que participavam o próprio Paladino
FC, o EC Aliança, Juventus AC, GE Sepé Tiarajú, Juventude FC do Bairro Cruzeiro
e ABC (Atlético Bancário Clube). A hegemonia era disputada mesmo pela dupla
AL-PAL, apenas uma vez quebrada em 1960 pelo Sepé Tiarajú. O campeão
representava a cidade no campeonato estadual de amadores.
Dupla Grenal
Em 1957, o Paladino trouxe para Santa Rosa, o SC Internacional de Porto
Alegre, para um jogo amistoso. No Inter, jogavam: Alfeu. Kim, Joaquinzinho e
Silveira entre outros. Também jogou com o Grêmio em 1965 (o Grêmio já havia
estado aqui na inauguração do Carlos Denardin enfrentando a seleção local). No
tricolor atuavam os atletas: o goleiro Alberto, mais Altemir, Sergio Lopes,
Volmir, Joãozinho, Alcindo e o grande zagueiro Airton (o placar foi de 5 a 1
para o Grêmio).
Conquistas
O
Paladino é detentor de um patrimônio de conquistas invejável: No Campeonato
Citadino foi, Campeão em 1948; Tetracampeão em
1950, 1951, 1952 e 1953; Bicampeão em 1961 e 1962; Campeão em 1964; Bicampeão
em 1966 e 1967 e Tricampeão em 1970, 1971 e 1972. Bicampeão da Taça
Prefeitura de Santa Rosa em 1970 e 1971. Em
1964, foi campeão da Chave 4 - Série Amarela, do Campeonato Estadual de
Amadores. Vice-campeão Estadual de Amadores em 1964, quando perdeu a
decisão para o Pampeiro de Soledade, numa decisão de três jogos: o primeiro
jogo em casa vencido por um a zero, o
segundo derrota em Soledade e o terceiro em campo neutro, Cruz Alta, com um gol de penalidade máxima do adversário
deixou escapar o titulo.
Patrimônio
Em 1973 acontece a fusão entre os clubes Paladino,
Aliança, Juventus e surge a ASRE (Associação Santa-rosense de Esportes), mas o Paladino
preserva a sede seu maior patrimônio. Em
1976, nos festejos do 33° aniversário, inicia as obras da nova sede na Rua
Santa Rosa, inaugurado em 1979, com a presença de autoridades locais. Segundo o
seu presidente, Irineu Donini, o Paladino encerrou suas atividades no futebol
em 1979.
Em 2014, com a atualização do estatuto pelo novo Código Civil, o
Paladino cria o Departamento de Assistência Social, podendo então fazer prestação
de serviços com cunho social, abrigando nas suas dependências os grupos dos
Alcoólicos Anônimos e dos Narcóticos Anônimos.
Presidentes
1946 – Norberto Moré; 1947 – Valdemar Zenni; 1948 – Mário Lucena Borges;
1949/1950 – Germano Wüst; 1951 – Salvager Maraskin; 1952 – Ernani Kotlinski;
1953/1954 - Germano Wüst; 1955 – Carlos Denardin; 1956 – Avelino Lavarda; 1957
- Ernani Kotlinski; 1958 - Salvager
Maraskin; 1959 – Demetrio Barcellos Xavier; 1960 – Manuel Camilo dos Santos;
1961 – Monte Alvar Aurélio Rodrigues; 1962 – Wilson Gomes; 1963 – Zeferino
Soares; 1964 a 1966 - Monte Alvar
Aurélio Rodrigues; 1967/1968 – Luiz Lopes Burmeister; !969 – Joaquim de
Quadros; 1970/1971 – Paulo Laércio Soares Madeira; 1972 - Altidor Medeiros dos
Santos; 1973 a 1990 – Monte Alvar Aurélio Rodrigues; 1991 a 1993 - Paulo Laércio Soares Madeira; 1994 a 2016 –
Irineu Elias Donini.
Quem não é do Paladino
é contra o Paladino
O fato marcante para a história do clube foi protagonizado por Zeferino
Soares, torcedor fanático, Segundo o historiador João Jayme Araújo a origem do
fato, teria acontecido num jogo contra o Oriental na cidade de Três de Maio.
Conta que em jogo amistoso, Zeferino entendeu que o árbitro estava prejudicando
sua agremiação. Com os campos da época não havia alambrado, apenas corrimões,
não teve dúvidas, invadiu o gramado de forma ostensiva se
dirigiu ao arbitro do jogo, bradando: “Quem não é do Paladino é contra o
Paladino”. É claro que o arbitro convidou a se retirar, mas o refrão ecoou pela
idade e é lembrado até hoje pelos saudosos torcedores do Paladino.
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