PALADINO 70 ANOS - PARTE IV
O
PALADINO DE PAULO MADEIRA
Em continuidade ao Projeto
Paladino 70 anos, nada melhor que nesta edição contar um pouco dessa história
com uma pessoa que se destacou, não só no clube, mas também na sociedade local.
Trata-se de Paulo Laércio Soares Madeira, ou simplesmente Paulo Madeira.
Natural de Cruz Alta, Paulo se mudou na juventude para Porto Alegre, onde estudou
e serviu a aeronáutica. Durante sua estada na capital um fato curioso, Paulo se
tornou tricolor, ao cultivar amizade com os atletas gremistas daquela época.
Em 1959, o DAER (Departamento
Autônomo de Estradas de Rodagem) abriu uma sede em Santa Rosa, a desmembrando
de Cruz Alta. “Meu pai me avisou que havia uma oportunidade de trabalho em
Santa Rosa, achei que era a melhor chance na vida profissional naquela época e
me fui rumo a Santa Rosa para seguir o ramo da família, já que minha família era
por tradição de rodoviários. Então, cheguei a Santa Rosa, para ser servidor do
DAER. Aqui casei e constitui família”.
Ao ser perguntado o porquê
se tornou paladinense, Paulo sorri e responde: “Na capital jogava futebol sete
e salão, acho que muito bem, pois atuava pela equipe da Aeronáutica, e até
cheguei a jogar no Wallig (equipe que na época era uma expressão do futebol de salão
do estado). Aí quando comecei a trabalhar no DAER, era colega do senhor Altidor
Medeiros dos Santos, que na época era o presidente do Paladino. Após ficarem
sabendo que jogava bem futebol de salão, me convidaram para treinar futebol de
campo pelo Paladino. Aceitei o convite, e iniciei os treinamentos, eu era
habilidoso, tinha técnica e um bom drible, me colocaram no ataque, jogar como
ponta esquerda, fazia jogadas de qualidade e eficiência, mas não tinha
resistência para voltar e marcar. O treinador Caieira me achava uma peça fundamental
nos jogos fora de casa quando faltava algum jogador, não era aquele jogador para
decidir jogos, mas sim, aquele que levava porrada dos adversários, pois era
abusado, mas franzino. Um alvo propicio para o adversário. Após um período de
treinamentos e jogos, percebi que a minha forma física não me ajudava, e em
conversa com Caieira, decidimos que eu não ajudava o esperado pelo clube como
atleta, mas como cartola poderia ser muito útil”.
Após a decisão de pendurar
as chuteiras, Paulo começou a colaborar na secretaria do clube, passando por
vários setores até ser Presidente em 1970/1971.
Em meio a lembranças Paulo se
anima a lembrar como a cidade se mobilizava nos dias de clássicos contra o
Aliança, “quando os jogos já eram disputados no Estádio Carlos Denardin, a
torcida descia em massa pela Avenida America e as quadras ao redor ficavam
lotadas de veículos. No final do jogo o movimento se repetia ao inverso, o da
volta. Era muita gente, crianças, jovens, adultos, namorados, idosos, famílias
inteiras, aos domingos a tarde, se dirigiam aos clássicos. Se transformando num
verdadeiro espetáculo”.
Ao ser questionado sobre os
melhores atletas e suas qualidades, Paulo frisou vários, mas os seus favoritos
que vestiram a jaqueta vermelha, são: Chaqueño; Décio Zoehler, Pato (Bartolomeu
Neis), Nique Zoehler e Lothário Dreyer;
Molita (Pedro Dias), Vado e Véio (Valdemar Santana); Charles Joner, Noli Joner
e Miguelzinho. Técnico: Artur Ribas,
conhecido como Caieira, que veio de Cruz Alta e aqui se radicou. Segundo Paulo,
pode haver controvérsia, mas esta é a sua seleção.
A conversa pendurou, as
lembranças despertavam sorrisos no rosto de Paulo, mas um momento o deixou com
um ar de angustia, mais precisamente quando foi perguntado, qual o motivo do Paladino
parar com o futebol “a situação estava difícil, se tornou muito caro fazer
futebol. E, isso não pesou só para Santa Rosa, mas para outras cidades da
região e do estado também. Embora amador, os atletas de outras cidades,
encareciam nos custos do clube. Era um semiprofissionalismo. E os dirigentes
também foram cansando”.
Com o futebol parado,
abriu-se uma janela para outras atividades, com a assistência social. O clube
se matem, com renda provindas de alugueis de seu patrimônio. “Hoje, estamos
ainda com 10 paladinenses da velha guarda na direção. Os outros já nos
deixaram. Por isso, estamos associando jovens, para dar continuidade ao
trabalho social que o Paladino vem fazendo”.
O almoço festivo em
comemoração aos 70 anos do Paladino que se realizará no dia 23 de julho de
2016, na sede do clube, homenageará ex-atletas e colaboradores com a entrega da
Medalha do Mérito Desportivo, por fazerem parte desta linda história dos 70
anos do Paladino. Na próxima matéria estaremos divulgando os nomes das pessoas homenageadas.
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