sábado, outubro 01, 2011

ASTROS DA TERRA

JAIME CODINOTTI

(Depoimento de seu irmão Major Wilson Codinotti)

“O Jaime serviu ao Exército em Santa Rosa e jogava no Paladino. Caracterizava-se mais pela força. Era um jogador forte, atuava de half direito. Normalmente o ponteiro esquerdo não passava mesmo.

Seguiu os passos de se irmão - Osmar - o Alma de Gato - e mandou-se para Cruz Alta, onde fez parte das equipes do Nacional e Guarany. De Cruz Alta, foi para Porto Alegre onde jogou no Nacional com Pinga e Ortunho. Acompanhou o ferrinho, enxertado com Tesourinha em uma excursão a S. Paulo, onde se destacou.

Na volta atuaram no Paraná. Contraiu uma hepatite. Voltou a Santa Rosa, para tratamento.” Naquele tempo a medicina tava meio devagar”. Tratou-se com o Dr. Lang ou Cecconi. Depois que sarou voltou a Cruz Alta, contratado pelo Nacional.

A exemplo de seu irmão também fez um ping pong atuando dois anos no Gurany, dois anos no Nacional. “ Por não se ter recuperado da doença essa fez uma recidiva e o levou mais cedo do convívio dos seus amigos e afetos.

OSMAR CODINOTTI

Osmar Codinotti – ALGA DE GATO - filho de Archimedes e Isolina Codinotti. Quando concluiu o primário não havia nem ginásio em Santa Rosa. Foi para Cruz Alta a fim de continuar seus estudos. Estudou no colégio Cristo Redentor.

Cresceu rapidamente e como jogava em várias posições, com o mesmo brilho apelidaram-no de Alma de Gato. Center half, Center foward e back Center. Despontou no Clube Piratini dos irmãos maristas em Cruz Alta. Jogava com os conterrâneos Noly Joner, Antoninho Viana e Clovis Soares.

Nas férias, juntamente com Antoninho Viana, Avelino Lavarda e Arthur de Carli, atuava no Uruguay Futebol Clube. Grande era a rivalidade com o Oriental de Três de Maio. Os jogos eram no atual cemitério. Acabada a pugna, as mulheres torcedoras de ambos os clubes terminavam se surrando, de sombrinhas.

Aos 16 anos, com Leque, Zorzan, Arthur De Carli, Avelino Lavarda, assombrou jogando pelo Uruguay, quando da primeira vez, em Santo Angelo. Naquele tempo o jogador de futebol não tinha valor nenhum. Teve proposta do Internacional e do Grêmio.

Chegou a receber uma carta de recomendação do Sr. Zeferino Soares, para teste no colorado. Teve convites do Vasco, Flamengo e América do Rio, mas nunca aceitou. A mãe não deixava. Concluiu o Cientifico e iria para o Vasco ou para o América.

Chegam, no Nacional, a lhe oferecer um salário de trezentos mil reis e a possibilidade de um emprego no IAPETEC. Submeteram-no a um teste para auferir seu conhecimento. Gabaritou, pois já tinha o Cientifico.

Mandaram a prova para o Rio em 8 ou 12 dias, veio a nomeação. Assim, esquecendo-se de Porto Alegre, ficou em Cruz Alta onde consolidou sua carreira. Jogava ora no Nacional, ora no Guarany, como num jogo de ping-pong. Se ele fosse desta época com toda essa estrutura, médicos, fisioterapeutas, seria destaque, com certeza.Jogava muito desde pequeno.

Foi contratado pelo Dr. Aécio Nascimento, presidente do Nacional, assessorado pelo Dr. Ércio Morais. Chegou a exercer a gerencia regional da previdência. Teve por intermédio de correspondência recebida por João Macluff, correspondente do Banco do Rio Grande do Sul, convites para testes no Grêmio e Inter, pelo prazo de 15 dias.

Era um jogador completo. Dominava a bola na cabeça, trazia para o peito e para os pés. Era ambidestro e com um chute muito violento.

Por sua atuação num jogo contra o Atlântico de Erechim, no qual marcou dois gols de fora da área, as chuteiras que usou estão na Galeria do Nacional de Cruz Alta. Optou por ficar no Rio Grande do Sul.




2 comentários:

  1. Fiquei sabendo por meu pai, João Chagas, que Tio Jaime foi um grande jogador, fato que muito me honra.

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  2. Obrigado. Fale-me mais, por favor, sobre o eu pai

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